quinta-feira, 29 de abril de 2021

BARRÔ: HOJE HÁ MISSA NA ALDEIA

Hoje, quando baterem as sete badaladas (19h00) na torre sineira da capela do mártir São Sebastião em Barrô, provavelmente, estará o senhor padre Rodolfo Leite a iniciar o ritual sagrado da homilia com as tradicionais palavras “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo…”. Para além de ser a primeira cerimónia religiosa após os estados de emergência ocasionados pela pandemia, esta missa é também a primeira do novo prior no lugar e designado para a paróquia do Luso. Nestes dois em um, qualquer deles respeitável, é de salientar a importância da segunda premissa, já que este acto litúrgico servirá para a apresentação pessoal do novo pároco à população da aldeia. Quem sabe, Rodolfo Leite não virá também apresentar um novo caderno de encargos, com um plano de actividades para o ano em curso? Portanto, alertando para a duplicidade da cerimónia, era bom que a capelinha, em representação da povoação, estivesse bem composta para o receber. Já o escrevi anteriormente, a realização de uma liturgia num lugar habitado não deve ser encarada somente como uma missão doutrinária, divulgar, pregar o Evangelho, mas acima de tudo ensinar o indivíduo a viver racionalmente em sociedade, com uma vida exigente consigo-mesmo, sem mácula, solidária, apropriada e justa, moral e eticamente, no relacionamento inter-pares, com os outros. Não está em causa um julgamento individual de prestação de contas, se somos assim ou assado, se somos agnósticos – visão filosófica de que a veracidade de certas reivindicações são impossíveis de conhecer, de facto. Isto é, este não-conhecimento coloca o agnóstico perante a dúvida metódica. Por sua vez, já para o católico que segue os preceitos da Santa Madre Igreja, esta dúvida não se coloca pelo dogma fundamental da fé. Como quem diz, o não provado cientificamente, transforma-se num axioma, verdade sem contestação. Com a vinda do senhor padre ao lugar, não está em discussão se o sujeito é um “católico não praticante” – posição ambígua muito discutível dentro da religiosidade de cada um. Ou se é religioso e se pratica uma vivência para melhorar diariamente, em casa, na rua, na igreja, ou se não pratica não é seguidor da fé. O que importa é que, como bons anfitriões que somos, todas as pessoas de bons princípios, pelo respeito devido ao novo divulgador da palavra, devem tentar estar presentes. Atenção que desculpa com a pandemia já não cola. Por ser uma mentira esfarrapada, é um pecado. Coloque lá a mascarilha e venha receber o missionário de Cristo. De qualquer modo, mesmo antevendo a sua falta, em nome de Barrô, se podemos escrever assim, seja bem-vindo, senhor padre Rodolfo.

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