sábado, 24 de abril de 2021

AUTÁRQUICAS: A MEALHADA A MEXER

Na Mealhada, terra de bom leitão, bom vinho e bom pão, as alterações políticas-partidárias acontecem, mas devagar. Talvez com receio de cair no ridículo, até para serem anunciadas publicamente têm de estar bem consolidadas. A imprensa escrita, em papel e online, como se estivesse a guardar-se para o grande orgasmo intelectual do momento próprio, não arrisca publicar oficiosamente o que não foi anunciado publicamente. As consequências deste deixar passar, deixar correr, é que parece vivermos num mundo à parte, num cubículo de modorra onde o tempo, na sua lassidão frouxa, corre lentamente e o previsível se transforma na sequência e subsequência. A escassos cinco meses das eleições autárquicas, quando o fervilhar de transpiração no afiar de espadas para o grande combate que se aproxima deveria ser a norma, pouco se sabe acerca da nomeação dos generais que se preparam para tomar a cidade. Até ao momento, oficialmente, só conhecemos a inscrição de Hugo Alves Silva à frente do exército “Juntos pelo Concelho da Mealhada”. Sabemos também que, mais que certo, anda a assediar o apoio do antigo “maire” da cidade, Carlos Cabral. Até já namoram juntos à janela de um computador perto de si – hoje, pelas 15h00, Dia da Revolução, sobre o lema “Manifesto 25”, vamos assistir a “conversas”. Dos lados do actual regedor, Rui Marqueiro, para desespero de causa nossa, nem chus, nem bus. Embora tudo indique que, no ginásio do palácio, ande a treinar a sua condição física e, dentro de dias, com uns peitoris de fazer inveja ao Ronaldo, faça a devida declaração governamental, com a concordância da Concelhia do Partido Socialista (PS). Por parte do Bloco de Esquerda e da CDU, que em anos anteriores apresentaram sempre candidatos independentes , até agora, talvez para fazer “suspense”, envolvidos em estratégias que lhes são peculiares, pouco transpira, nada se sabe. De outras forças políticas novatas, como a Iniciativa Liberal e o Chega, nada se vislumbra no horizonte bairradino. Embora seja de supor que não vão desperdiçar soldados de um exército que faz falta para concorrer em cidades grandes e médias. Se já estava a desesperar por esta crónica ser igual ao que tanto emerge em crítica, tenha calma que aqui joga-se na inovação e desenvolvimento. Por isso mesmo, trazemos uma notícia em primeira mão, ou seja uma novidade. Está ansioso por saber? Está? Vamos com calma, se faz favor, que aqui respira-se tranquilidade. Então, pronto. Vou contar: dentro de dias, Antóno Jorge Franco, ex-vereador de Carlos Cabral, ex-presidente mealhadense eleito pelo PS, e ex- presidente da Fundação Mata do Bussaco, prepara-se para anunciar a sua candidatura à frente de um movimento independente em que vai disputar, taco-a-taco, o eleitorado socialista a par com Rui Marqueiro. Mas há quem acredite em bruxas, ou, sei lá, em teses da conspiração e diga que as coisas podem não ser assim tão simplistas como parecem. Uma coisa é certa, nas próximos semanas vai cair o pano e todos os concorrentes, sem o resguardo do “ponto”, o responsável por “assoprar” as deixas teatrais, vão ter de mostrar o que valem, sem incertezas titubeantes. Portanto, em resumo, caro leitor, vamos lá a dominar essa ansiedade. É só mais um poucochinho de tempo.

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