Para
quem não conhecer a cidade de Coimbra – claro que penso nos antípodas do mundo, só estes desconhecem o burgo
mais avançado do planeta – até pode julgar que é um lugar onde
onde os estudantes universitários, sobretudo em períodos de festas
académicas, mijam e cagam em qualquer recanto mais escuro. Pela
ignorância do vanguardismo da cidade dos estudantes, até pode
pensar que o asfalto por onde passa todos os dias, como na Baixa, por
exemplo, está cheio de crateras. Por absurdo, pode-se até imaginar
que os munícipes colocam os seus excedentes na via pública a
qualquer hora do dia. E mais: que o Cortejo da Queima das Fitas do
ano passado produziu 25 toneladas de lixo. Pela má-fé de quem nunca
cá pôs os pés, pode até engendrar que as ruas estreitas têm
pouca luz devido à carrada de sujidade das luminárias públicas.
Quem nunca atravessou o Arco de Almedina pode até pensar que os
nossos jardins públicos estão completamente ao abandono. Pode-se
até borboletear que os nossos políticos com assento parlamentar no
hemiciclo local. Que pode pensar, lá isso pode. Porém…
Coimbra
é uma cidade muito à frente do todo nacional, como quem diz,
Portugal. E até do mundo inteiro, desde a China à Austrália.
Querem
exemplos? Querem mesmo? Está bem, eu mostro. Em 23 de Setembro de
2010, o Diário de Coimbra noticiava o seguinte: “Coimbra
sem carros eléctricos inaugurou posto de carregamento”. Passando
para o interior do jornal, “Coimbra terá, até ao final do ano, 27
lugares de estacionamento públicos, reservados exclusivamente para
carregamento de veículos eléctricos, espalhados por nove pontos
estratégicos (…). Ontem às 12h00 em ponto (…) inaugurou o seu
primeiro ponto de abastecimento (…). Não foi fácil de inaugurar
estes dois lugares de estacionamento (…) No concelho de Coimbra não
há um único carro eléctrico a circular (…)”.
Querem
outro? Querem mesmo? Está bem, lá vai: Coimbra
é a única cidade no mundo onde, por exemplo, em nome do interesse
público, se fizeram expropriações e demolições para um
metro de superfície que ainda não tinha nem planos nem verbas
garantidas para a sua construção. A Lusa Atenas é (deve ser) a única cidade
no planeta que manda desactivar, desconstruindo efectivamente, uma
via ferroviária apenas com base numa promessa de um metro ligeiro.
Isto, digam lá, é ou não é andar muito à frente do comum dos
mortais?
Agora,
digam-me, esta proibição do Reitor da Universidade de Coimbra,
Amílcar Falcão, de proibir o consumo de carne de vaca nas cantinas
universitárias, a partir de 2021, a favor do ambiente do planeta,
tem alguma coisa de invulgar?
Só
pessoas mal-intencionadas, venenosas e de alma negra podem retirar
ilacções erróneas e dizerem mal deste passo gigantesco em direcção
ao futuro, do criador do
síndroma do Falcão: que na natureza sempre comeu carne e agora não. Aliás, por direito próprio, o magnífico deve ser proposto para candidato ao Prémio Nobel.
Coimbra,
estando muito à frente, é mesmo uma lição!
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