quarta-feira, 24 de março de 2010

BAIXA: CRITÉRIOS POUCO EQUITATIVOS DA CMC







 José Alberto Ferreira, proprietário da “Festinoivos –comércio de Moda, Lª”, na Rua Dr. Manuel Rodrigues, está inconsolável: “isto é uma vergonha! Uns são filhos e outros enteados! Então, para nós, fizeram-nos "comer lume" e gastar o que não tínhamos em projectos de licenciamento do nosso reclame e agora, aqui à volta, só se vêem painéis de publicidade em acrílico e em cores berrantes?”. Enfatiza, exasperado, apontando e referindo-se a critérios de licenciamento da Câmara Municipal de Coimbra.
O que lhe fez “saltar a tampa” foi o facto de, na semana passada, ter aberto quase ao seu lado um novo estabelecimento de sapataria, a “Stara”, com painéis de publicidade em “rosa-choque”. Anteriormente foi as "Modas A&P” com publicidade em cores berrantes. Depois foi a “Vodafone”, depois a imobiliária “Era”. “Eu não tenho nada contra estes estabelecimentos. Aliás, até estou contente por estarem ao meu lado. Isto não é nada pessoal”, esclarece o José Alberto, em jeito de desabafo. Mas a nós, à minha loja, a autarquia fez-nos a vida negra com exigências. Tudo começou em 2006, quando quisemos legalizar o nosso reclame em acrílico por cima do alçado da loja. Entregámos toda a tramitação exigida na câmara, desde a “memória descritiva”, a “planta de localização” e os "desenhos dos alçados".
Em resposta, recebemos um ofício a dar-nos conta que “em termos estéticos e de integração urbana, contraria o definido no número 1 (…)”.
Continua o José Alberto, como o primeiro reclamo em vinil nos custou cerca de 800 euros, tentámos fazer a sua integração com o que era pedido pelos serviços, mas debalde. Nunca estava bem. Ora era a cor, ora era o material empregado, mas nunca nos diziam o que queriam verdadeiramente. Andámos um ano a tentar encontrar uma solução…que tardava. Todos os nossos requerimentos eram indeferidos. Nunca me disseram o tipo de material que deveria utilizar para a publicidade. Até que nos mandaram para os monumentos nacionais (IGESPAR). Fui então acompanhado do técnico de publicidade e fomos falar com uma arquitecta. Mais uma vez repetiu que o material não se adaptava à Zona Histórica. Como já anteriormente fizera na câmara, mais uma vez, interroguei que materiais deveriam ser colocados no painel. A arquitecta, sem responder, mostrou-nos uma imagem em computador de uma relojoaria…no Porto. O técnico que me acompanhava verificou que o painel que estava a ser mostrado era em “aço escovado”. Interrogou a arquitecta se, perante aquela imagem, deveria depreender que queriam o painel em “aço escovado”? A responsável pelo serviço não sabia o que era este material. Saímos de lá, mais uma vez, sem sabermos o que queriam. Até que se apresentou um outro desenho e, finalmente, foi aprovado. Este novo reclame custou-me cerca de 1200 euros.
Durante um ano fui mais de dez vezes aos serviços camarários por causa deste problema. Para além do que se gastou, se calhar esquecem que, para uma pequena loja como esta, o tempo que se perde é muito importante.
Saliento, mais uma vez, de que não somos contra os nossos vizinhos. O que contestamos são os critérios. Se para nós foi indeferido várias vezes em função das cores e pelo facto de ser em vinil, porque é que agora, à volta, aprovam tudo, sobretudo as cores garridas de gosto, no mínimo, duvidoso? A lei da câmara não é igual para todos na Rua Dr. Manuel Rodrigues?” Interroga o José Alberto, sócio-gerente do estabelecimento de artigos para noivos “Festinoivos”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta Câmara é de facto um monte de contradições. Veja-se o que se passa com as Licenças de Utilização.
Vejam a Loja AUGUSTO NEVES (Rua da Sofia) a 50 metros da Perfeitura. O que foi feito? Ninguém sabe responder.Esta Câmara possui técnicos que se fossem para casa, faziam melhor trabalho á comunidade.A Baixa já por si está como está e com estas atitudes como será possivel atrair empresários? Sinceramente a Baixa precisa que esta gente com poder de decisão na C.M.C. tire a cabeça da areia.