quinta-feira, 25 de março de 2010

ASSALTO AO DENTISTA






  Esta noite o protésico José Luís, na Rua da Sofia, 121, 2º, foi assaltado. Segundo o José, “entraram pelas traseiras, pela caleira, entraram no andar de baixo e depois acederam aqui ao consultório. Revolveram tudo. É quase impossível descrever o cenário que encontrei aqui logo de manhã. Olhe que me mandaram facturas pela janela –fui apanhá-las à rua. Levaram-me algumas notas que tinha com clipes nas facturas para ir pagar de água e luz. Levaram sobretudo coisas pequenas, um aparelho de música e mais uns aparelhos ligados à prótese. Sabe o que me deixa de rastos? Olhe que eu trabalho com a Caritas e atendo aqui muitos dos sem-abrigo e até alguns drogados. Sempre os tratei bem. Já viu o que me fizeram? Como é que eu vou voltar a olhar para esta gente com os mesmos olhos?”. Enfatiza o profissional dentário com os olhos humedecidos pela dor.
Diz a esposa: “neste prédio não mora ninguém. Estão completamente à vontade. Nós chamámos a PSP –andava lá um técnico da polícia científica a retirar impressões digitais-, mas para quê? Isto não dá em nada. É tudo arquivado. Para que é que andamos a trabalhar, senhor?”

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