("Pomba branca, pomba branca, já não sei do teu voar...")O meu amigo Francisco Veiga, um comerciante da velha têmpera, na zona histórica de Coimbra, que sabe quantos clientes entrados na sua loja são precisos para fazer uma venda, que trata o comércio de pronto-a-vestir por tu cá tu lá, está simplesmente desolado com a actuação da APBC, Agência de Promoção da Baixa de Coimbra.
Como é associado desta UAC (Unidade de Acompanhamento e Coordenação), criada para divulgar, ajudar e dinamizar o centro histórico de Coimbra, há dias recebeu o roteiro das casas associadas. Para seu espanto, reparou, não constava no referido livrinho. Foi ao site e também lá não constavam os seus estabelecimentos. Ficou deveras incomodado. “Bom, foi um lapso, acontece”, pensou por entre o atender uma velhinha, que por acaso, só por acaso, foi uma grande “xizada”, como quem diz, apanhou uma grande seca e não vendeu.
Vai daí, dá uma passada à Praça 8 de Maio, sobe as escadas da Casa Aninhas, e, expondo o lapso à funcionária da APBC, ficou esclarecido: “a sua casa não consta no Roteiro porque não pagou as quotas de 2007”. O meu amigo Veiga nem queria acreditar, “o quê? Então, se esta unidade foi criada para apoiar o comércio independente, é assim, duma forma implacável que ajudam o comércio de rua? Eu sei que estava em atraso, não tenho problemas nenhuns em afirmar que tenho dificuldades financeiras, como todos, mas é assim que se procede? Não era mais fácil fazer um simples telefonema a informar que ter as quotas em dia era condição sine qua non para constar no livrinho?”
É curioso –este desabafo é meu- como um departamento associativo civil, criado para fazer a ponte entre o público e o privado se comporta com o mesmo grau de autismo que uma qualquer repartição pública em relação aos problemas do comércio de rua. Dá que pensar esta metamorfose não dá?
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