sexta-feira, 22 de agosto de 2008

MADEIRA QUE QUEBRA NÃO SERVE PARA TRAVE MESTRA



O Diário as Beiras de ontem, em primeira página, informava que “Marthas deixa Baixa de Coimbra ao fim de 88 anos”.
No interior do jornal, e depois de desenvolver a notícia da jornalista Raquel Mesquita, a determinado passo são transcritas as declarações de Pedro Madeira, responsável da empresa Marthas: “É importante que os governantes vejam o que fizeram. A Câmara está a acabar com o comércio na Baixa, ao autorizar a abertura de grandes centros comerciais.”
Hoje, no mesmo Diário as Beiras, o mesmo Pedro Madeira, num texto com vários itens e com título “Marthas S.A. esclarece”, e a determinado passo diz o seguinte: “Por último, a empresa Marthas não faz nenhuma crítica à Gestão Camarária, instituição e Presidência por quem tem uma elevada estima. Simplesmente acho que hoje em dia, a questão dos Centros Comerciais tem que ser bem ponderada. Porque obviamente que com as novas superfícies Comerciais que Coimbra ganhou nos últimos anos, alguém tem que ser sacrificado (…).”
Então como é que é, senhor Pedro Madeira? Em que é ficamos? Não há nada como uma noite de sono dos justos bem dormida para fazer arrefecer os ânimos, responderá o amigo.
Se para o leitor esta dicotomia apresentada pela mesma pessoa, com um dia de diferença, pode constituir admiração, para mim não. Já estou habituado a pedir aos comerciantes, que tropeçam na vida comercial e empresarial, um testemunho que possa sensibilizar o poder político local e, até hoje, nenhum ousou dar a cara para ajudar os seus colegas, que, neste mar escalpelado, lutam para manter as suas naus em actividade. Confesso que quando li as primeiras declarações deste senhor Pedro Madeira disse para mim: “aqui está um homem às direitas, que no desastre, através das suas declarações, num gesto altruísta, chama a atenção pública para a necessária ajuda aos que vão resistindo a esta hecatombe.
Pois sim! As declarações de hoje no jornal vieram estatelar por terra a minha esperança e o meu pensamento de que, quando toca a interesses pessoais, haja diferentes entres iguais.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não pode dizer muito mal, pois ainda precisa da Câmara para se estabelecer na Adémia.
Com estas declarações já ganhou algumas vantagens ou, pelo menos, não arranjou entraves ao licenciameto do novo estabelecimento.

Anónimo disse...

Bom Post.
Passarei lá da próxima vez que tiver de ir pagar uma conta atrasada à Loja do Cidadão.

LUIS FERNANDES disse...

Muito obrigado por ter comentado.
O que espanta é que, aparentemente, este senhor, com a aletração de posição, nada terá a ganhar. Digo eu, sei lá! É que, na Adémia, os Marthas já estão a funcionar há vários anos, ou seja, para abrir, não precisam de licenciamento.
Mas quem consegue entender o espírito humano?