sábado, 26 de fevereiro de 2022

O FANTASMA DA GUERRA

(imagem de Leonardo Braga Pinheiro)



Que me lembre, excepto durante um curto período que acompanhou o derrube do Muro de Berlim em 1989, o Mundo, desde a Segunda Grande Guerra, 1939-1945, esteve sempre envolvido em conflitos bélicos de grande envergadura.

O primeiro que me recordo vagamente – e que lia nuns recortes de jornal pendurados no cagatório construído no quintal pelo meu pai – foi a Guerra do Vietname, com o envolvimento dos norte-americanos a tomarem partido pelo Sul, de 1965 a 1973, e com o Vietname do Norte a ganhar a contenda.

Outro confronto que relembro, travado por cá, embora mais pacífico e sem mortes físicas mas que se arrastou durante mais de quarenta anos pelos bancos dos tribunais, foi o caso da “Herança Sommer”, que se iniciou em 1979.

Outro ainda que retenho mais vivo na memória foi a Guerra do Golfo, em 1990. O Iraque, liderado por Saddan Hussein, tinha invadido o Kowait. Com esta acção a ser condenada pela comunidade internacional, mais uma vez milhares de militares dos Estados Unidos, patrocinados pela ONU, Organização das Nações Unidas, voaram para o Golfo Pérsico e apoiados por forças da coligação, Arábia Saudita, França, Reino Unido e participação de meios por varias dezenas de países, puseram fim às ambições de ocupação hegemónica do líder iraquiano. Dizia-se na altura que a razão do envolvimento dos “staites” residia essencialmente no interesse dos poços de petróleo do Kowait.

Passando à frente das conflagrações originadas neste século XXI, hoje, estamos perante mais uma guerra iniciada pela Rússia com a invasão da Ucrânia. Ao que se conta, tudo reside na ambição de Vladimir Putin, o presidente russo, querer reerguer das cinzas de milhares de mortos a antiga URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que era governada por um regime centralista comandado pelo Partido Comunista e composta por 15 Repúblicas e que foi desagregada em 1991.

Ainda sem sabermos muito bem que consequências trará para a Europa, uma já se adivinha: destruição de um país soberano e organizado na paz e, na subsequência, centenas ou milhares de mortos a marcarem com sangue a terra queimada e atestarem a loucura de um ditador sem freio.

Por outro, a nível económico planetário, estamos perante o cocktail perfeito para a nova ordem mundial subir os preços e acabar com os remediados e mais pobres.

Que ligação terá a recente vaga da pandemia com esta invasão, o futuro certamente esclarecerá.

Uma coisa é também certa: o Direito Internacional, sem eficácia real, é uma mera convenção de conveniências políticas.

   

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