quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

CM MEALHADA: A ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE ONTEM E HOJE (1)



(imagem do Jornal da Mealhada)



O relógio da torre sineira da Igreja da Mealhada marcava uns minutos depois das 20h30 de ontem quando Carlos Cabral, o presidente da Assembleia Municipal, deu início aos trabalhos. Embora a agenda fosse longa, com 11 pontos e uma adenda, não se adivinhava a longa maratona que se avizinhava.

E, como é hábito, a cerimónia começou pelo Período de Antes da Ordem do Dia.

Com vários intervenientes a tomarem a palavra, salientam-se as intervenções de Daniela Esteves, ex-presidente da Assembleia Municipal no anterior mandato, e de Luzia Cruz, ex-deputada em representação do Bloco de Esquerda e que neste mandato não foi eleita.

Daniela Esteves subiu ao púlpito para denunciar o que, a seu ver, constitui uma tentativa de achincalhamento por parte dos novos eleitos, acerca da não aprovação das últimas três actas, ao anterior órgão deliberativo. Dando exemplo de outros municípios, a advogada mostrou que, sem problemas de maior, atentando no Código de Procedimento Administrativo, as actas já poderiam ter sido aprovadas pelos actuais deputados que fizeram parte do anterior mandato. Sobre a medida a tomar, ficou assente em proposta de votação por Cabral – e que fazia também parte da convocatória no ponto número três da Ordem de Trabalhos - que iria ser pedido um parecer à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Dando lã para um novelo, ainda sobre este ponto, este tema juntando com o abandono dos deputados da bancada Socialistas na penúltima sessão, em Dezembro, deu ontem uma troca de acusações de falta de verdade entre os Socialistas e o presidente da mesa. Nesta troca de galhardetes, deu para perceber uma certa falta de polimento e teimosia escusada por parte de Carlos Cabral e um impressionante recato e contenção verbal por parte de Joana Sá Pereira, líder da bancada do PS na Assembleia.

Luzia Cruz, em nome do Bloco de Esquerda, entre várias perguntas, interpelou a mesa sobre a razão de a nova Agenda Cultural da Câmara Municipal ser feita em Coimbra, na FIG, ligada ao Diário de Coimbra. Interrogou a professora da razão da revista não ser impressa na cidade do leitão. “Não há tipografias na Mealhada?”, questionou.

Respondeu Franco, o presidente da Câmara Municipal, que até há pouco era compilada numa empresa da cidade. A razão de agora ser feita em Coimbra, se prendeu com o facto de obrigar a um limite e ter de se fazer um concurso. “Confesso, não sabia que a empresa pertencia ao Diário de Coimbra”, alegou o autarca.

Interrogou ainda a ex-deputada sobre a transmissão das reuniões de Câmara através de “streaming”, via Internet, e com as gravações a ficarem disponíveis para consulta por parte dos munícipes que não podem visionar em tempo real. Respondeu Franco: “não está nos nossos planos realizar a gravação das sessões. Há também problemas com a exposição das pessoas. Mas toda a gente pode consultar as actas. A sua consulta é pública.”


(Continua)

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