segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

CM MEALHADA: A REUNIÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE HOJE

 

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



tive de aturar um pateta durante oito anos.

Isto foi terrorismo político na Assembleia de

Freguesia da Pampilhosa.”


A Ordem de Trabalhos anunciada apresentava-se curta. Apenas cinco pontos marcavam a agenda.

Período Antes da Ordem do Dia:


Logo a abrir, pelas 9h00, Rui Marqueiro, ex-presidente da autarquia e agora eleito como vereador da oposição nas listas do Partido Socialista, estranhou a pobreza da periodicidade das reuniões camarárias.

Na mesma agenda, Luís Tovim, membro da bancada socialista, quis saber sobre o andamento do projecto de obras para a esplanada, em frente a Câmara Municipal.

Em resposta, António Jorge Franco, presidente da edilidade, esclareceu que, vindo do anterior executivo, estava prevista a colocação de contentores marítimos, mas “não se enquadravam na dignificação na esplanada-jardim”. Por conseguinte, será apresentada outra solução.


Ordem do Dia:


Ponto 1


Aberta a discussão sobre a aprovação da acta da anterior reunião, Rui Marqueiro perguntou a Franco por que não informou a Câmara (referindo os membros do executivo) sobre a sua viagem ao Dubai, integrada numa deslocação patrocinada pela Comunidade Intermunicipal – Região de Coimbra (CIM-Coimbra)?

Retorquiu o chefe da mesa que esta pergunta deveria ter sido feita na rubrica anterior, ou seja, Antes do Período da Ordem do Dia, mas que responderia: a convite da CIM-Coimbra, “foi uma viagem muito interessante, sobretudo, sobre a possibilidade de haver interessados em investir nas Termas”, enfatizou.

Marqueiro, em forma de interrogação, ainda ironizou: “não lhe roubaram lá os sapatos?

Com alterações suscitadas por Marqueiro, foi aprovada a acta.


Ponto 2


(para conhecimento)


A Mealhada passa a fazer parte da Federação Nacional das Associações Juvenis, com a admissão do município na Rede Nacional de Municípios Amigos da Juventude.

Disse Franco que 143 municípios aderiram a este projecto.

Filomena Pinheiro, vice-presidente, explanou que é uma ideia muito interessante pela participação de todos nesta rede amiga do ambiente.


Ponto 3


Foi prorrogado o prazo das competências para as autarquias locais e entidades intermunicipais no domínio da acção social até ao fim do ano.


Ponto 4

Foi aprovada a elaboração do Projecto de Execução da Requalificação da Passagem Superior Sul à Linha do Norte.

Este tema gerou alguma controvérsia, nomeadamente com Marqueiro a afirmar que sobre esta obra de arte “tive de aturar um pateta durante oito anos. Isto foi terrorismo político na Assembleia de Freguesia da Pampilhosa.”

Contemporizou o alcaide Franco, que não ficava bem esta referência por parte do senhor vereador aos munícipes.

Insistiu Marqueiro, “tive pessoas apatetadas, que por isso são patetas, sempre a dizer mal”.

Gil Ferreira, vereador da maioria com pelouro, corroborando as palavras de Franco, comentou que “os municípes por vezes reagem assim porque não têm informação qualificada”. Os munícipes merecem respeito. É por haver afirmações como essas que as pessoas se afastam cada vez mais da política, enfatizou.

Marqueiro ainda atirou: “na próxima sessão vou ler uma das denúncias anónimas em que fui alvo. Eu sei quem fez a denúncia…

Mais uma vez o contemporizador Franco pôs água na fervura para que o tema não provocasse estilhaços em redor.


Ponto 5


Foi aprovada a prestação de serviços, na modalidade de avença de uma técnica que já trabalha na autarquia, por 12 meses a recibo verde, de coordenação de segurança e saúde em obra e de controlo de execução do Plano de Prevenção e Gestão de Resíduos da Construção e Demolição de obras municipais.


Prestes a terminar a sessão, Marqueiro entendeu esclarecer o que queria dizer com o “roubo dos sapatos”. É que se tivesse entrado numa mesquita tinha de deixar o calçado à entrada, informou.

Rematou o contemporizador Franco: “o senhor vereador é um brincalhão…

À laia de alegações finais, Marqueiro ainda prognosticou: “em face do que se está a passar na Europa, depois de uma pandemia, o que menos precisamos é de uma guerra...

Antes da martelada final, de encerramento, o presidente ainda informou que a próxima reunião ainda vai ser através de video-conferência, depois passarão as reuniões a presenciais.

E por, apesar de só ter passado uma hora, serem 10h00, sem haver inscritos por parte do público, deu-se a cerimónia por encerrada.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Indo à boleia da interrogação de Rui Marqueiro a António Jorge Franco acerca da viagem ao Dubai, podemos extrapolar facilmente que a nossa informação local anda completamente a leste do paraíso. Não é que a informação acrescente ou diminua alguma coisa. O que transparece é que o que se passa na Câmara Municipal e no concelho não é assunto relevante.

Falando da fonte informativa camarária, que é distribuída pelos meios de informação, podemos ler passados uns dias completamente formatizada, isto é, o conteúdo é igual em todas as publicações.

Em quaisquer delas não há uma questão formulada fora da informação recebida condensada.

Só para exemplificar, não há uma alma caridosa com cartão de jornalista que pergunte a Rui Marqueiro e demais ex-vereadores, constituídos arguidos pelo Ministério Público e cuja instrução processual se passa ou passou no Tribunal de Aveiro, como decorre a sessão?

Antes de tomar posse este novo executivo dizia-se à boca-cheia que o jornalismo no concelho da Mealhada era fraco porque tinha medo e, sobretudo, pelos interesses instalados, tinha receio de afrontar o poder. E agora, depois da queda do “Ancien Regime”, é o quê? Responda quem souber.

Era bom lembrar que o resultado da informação pública é a soma das premissas “pouca exigência” e “desinteresse dos cidadãos”.

Vale a pena pensar nisto?


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