sábado, 27 de fevereiro de 2010

A COLUNA DO JORGE...



Momento de reflexão



  Ouço sempre as pessoas dizerem: “odeio política”, ou, “não ligo para a política”, como se política fosse algo totalmente separado de nosso dia-a-dia. Mas todos nós, queiramos ou não, somos políticos. Cada decisão que tomamos no dia-a-dia é uma decisão política. Quando assistimos a um filme na TV e damos o primeiro lugar de audiência a um determinado canal tornando-o forte e poderoso na “mídia” estamos a fazer política porque esse canal irá influir em toda uma forma de cultura da nossa sociedade. Quando deixamos de agir contra uma empresa de telecomunicações que presta mal e porcamente seus serviços, estamos a permitir a continuidade de uma situação que não mudará, portanto a nossa omissão está a permitir a continuidade de uma situação conservadora, de não mudança. O mesmo ocorre quando nos propomos distanciar da participação na política propriamente dita, ou seja, aqueles que votam nulo ou em branco ou em qualquer um, sem pesar prós e contras, estão a garantir a continuidade de tudo isso que aí está, um governo desmoralizado e indecente e, consequentemente, um país com fartos problemas em todas as áreas.
Um dos objectivos deste post é de nos fazer parar, por três minutos talvez, mesmo porque o dia-a-dia não nos permite muito mais do que isso, para fazermos um MOMENTO DE REFLEXÃO. E a reflexão sobre nossa posição diante da política e Portugal de hoje é das mais necessárias, é urgente. Precisamos enxergar com um olhar mais crítico e pensarmos em que sentido contribuir para mudarmos a nossa realidade. Fernando Pessoa em “O Guardador de Rebanhos” disse:

"Pensar incomoda como andar à chuva,
quando o vento cresce e parece que chove mais".


Mais adiante ele diz:


Porque eu sou do tamanho do que vejo,
e não, do tamanho de minha altura...”


Por fim Bertolt Brecht resume de maneira magistral qual é o pior tipo de analfabeto:


O Analfabeto Político


(Bertolt Brecht)


O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pelintra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.


Jorge Neves
jmfncriativo@gmail.com

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