segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

BARALHAR, DAR DE NOVO, PARA TUDO FICAR NA MESMA

(FOTO DO DN)


Como se sabe, o PSD, dentro de pouco tempo, vai ter eleições internas para substituir Manuela Ferreira Leite. Os candidatos vão-se perfilando, entre eles, Castanheira Barros –o mal-amado e discriminado por toda a comunicação social-, Aguiar Branco, Paulo Rangel e Passos Coelho.
 Os barões, pesos-pesados do partido, escondem-se ou resguardam-se como se já não acreditassem no que os levou a fundar este partido discípulo da social-democracia. Está a acontecer a esta grande facção de Sá Carneiro o mesmo que aconteceu ao CDS/PP: uma massa disforme de militantes onde a ideologia deu lugar à plutocracia. É uma pena para quem acredita na Social-democracia –contrariamente ao que se apregoa por aí, esta ideologia política não é de direita. Trata-se de um movimento ideológico de esquerda que surgiu no fim do século XIX, sobretudo no Norte da Europa, por seguidores do marxismo, que, contrariamente à doutrina de Marx e Engels -que defendiam a Revolução como único princípio e fim de transição para uma sociedade sem classes- veio mostrar que, através de uma evolução natural se poderia alcançar a democracia –lembremo-nos de Espanha, que, progressivamente, sem cortes horizontais, saiu de um Franquismo centralizado para um Estado de direito.
Voltando aos candidatos do PSD, era bom que surgisse um secretário-geral que cortasse com a bandalheira, com o colocar o partido de cócoras perante interesses individuais hegemónicos que roçam a sobranceria e provocam divisões, como, por exemplo, agora, com a aprovação da Lei das Finanças Regionais, à Madeira.
Tudo indica que, de entre os quatro –se não surgirem mais-, há um que, sem papas na língua, diz o que pensa –Pedro Passos Coelho. Mas, pela contestação, que já começou hoje, tudo indica que não vai ser eleito. Em vez de se escolher a frontalidade, quem defende o equilíbrio financeiro do país –tendo em conta as assimetrias entre pobres e ricos no todo nacional- e alguém que seja capaz de, uma vez por todas, expurgar os parasitas do partido, vai escolher-se alguém que “una o partido e consiga gerar consensos entre os militantes de base” –tendo em conta as “directas”. Ou seja, estas eleições que se adivinham, infelizmente, vai servir para manter este outrora grande partido no lodaçal em que se tornou nos últimos 15 anos.
É uma pena para a alternância democrática. Enfim…

1 comentário:

Anónimo disse...

Melhor candidato para o PSD, seria mesmo Jose Socrates. Duvidam?