terça-feira, 12 de janeiro de 2021

LUSO: UMA FUSÃO EM CONFUSÃO

 




Conforme estava anunciado pelo município da Mealhada, impreterivelmente, ao bater das 18h00 na torre sineira da Igreja de Luso começou a video-conferência via Zoom para esclarecer os munícipes interessados sob a pretensa intenção da Sociedade Central de Cervejas (SCC) vir a fundir uma série de empresas do grupo de Vialonga entre elas a centenária Sociedade Água de Luso (SAL), fundada por Alvará Régio em 17 de Maio de 1895. Ou seja, a ser concretizada a intenção, a histórica SAL desaparece e dará origem a uma outra denominação comercial.

Começou por abrir a sessão online, aberta a quem desejasse participar – marcaram presença 56 assistentes -, Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada. Durante cerca de um quarto-de-hora este edil explicou à sua maneira o processo que agora se desenvolve. Disse também que só nos primeiros dias de Janeiro deste ano a autarquia a que preside tomou conhecimento deste assunto e que, uma vez que advogados da câmara não terão conhecimento suficientemente profundo em Direitos Administrativo e Comercial já se começou a consultar outros jurisconsultos mais especializados para se fundamentar um parecer mais bem consolidado.

Virando-se para Nuno Pinto de Magalhães, Director de Comunicação e Relações Institucionais da empresa Central de Cervejas, Marqueiro deixou claro que não confiava nas boas intenções e que, em nome do município, iria desenvolver esforços no sentido de evitar este “lesa-concelho”. Disse ainda o nosso economista que pouco ri que se houvesse um grupo de lusenses interessados em intentar uma acção popular a Câmara Municipal da Mealhada chamaria a si todos os custos.

Rui Marqueiro esteve muito bem… até ao momento em que, num lapso que me parece ser-lhe usual e peculiar, estragou tudo. Uma pena, digo eu, com toda a sinceridade. Mas mais ao fundo da página, em nota de rodapé, serei mais claro.

A seguir falou Nuno Pinto de Magalhães, da SCC. Com ar absolutamente angelical e convincente, rebatendo tudo o que fora dito antes, tentou por tudo vender a sua ideia milagrosa de que era óptima para todos, incluindo os trabalhadores da actual Sociedade da Água de Luso que, passando a transição, ganharão mais do que até aqui. Disse ainda que as Termas de Luso dão um prejuízo anual de 100 mil euros.

Depois pediu a palavra Hugo Alves Silva, vereador sem pelouro, eleito pela coligação do Juntos pelo Concelho da Mealhada. De forma assertiva, com educação e sem levantar a voz, chamando à colação que este assunto já fora discutido no Executivo em Junho de 2020, foi acrescentando que há vários meses que este assunto era do inteiro conhecimento do presidente e, atempadamente, não fora tratado como deveria ter sido - de facto, em Junho de 2020, o “Dinheiro Vivo onlineescreve aqui queA fusão das Águas de Luso é “projecto embrionário”.

A seguir falou João Carlos Silva, da Junta de Freguesia de Luso. Dissecando a resenha histórica da falta de cumprimento da SCC para o Luso, dizendo que a empresa nunca fez o que se tinha comprometido aquando da passagem do enchimento para a Vacariça. Disse ainda que a argumentação da empresa para mudar para outra sede de freguesia terá utilizado o argumento de que os camiões carregados não deveriam atravessar a vila. Afinal, arrendou as antigas instalações para uma empresa de camionagem.

Vamos aguardar pelos próximos capítulos. A procissão, como é costume, sem ninguém ligar nada, só agora vai sair do adro.


NOTA DE RODAPÉ


Pelo princípio do respeito pelo Estatuto da Oposição, o senhor presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Dr. Rui Marqueiro, em face da intervenção do senhor vereador da coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada, reagiu de forma intempestiva, deselegante e grosseira.

Na minha qualidade de munícipe renego completamente esta forma desrespeitosa de fazer política. A bem do concelho da Mealhada, haja um assessor da presidência, com coragem e dignidade, que chame atenção do chefe da edilidade para a forma destrambelhada como se dirige a um seu colega de bancada.

Como ressalva, declaro conhecer mal o aqui chamado vereador senhor Hugo Alves Silva. Portanto, sobre palavra de honra, declaro que esta minha declaração é apenas baseada no que lamentavelmente assisti.


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