sábado, 23 de janeiro de 2021

AMANHÃ É DIA DE ELEIÇÕES

 




Se não estivéssemos a viver dias tão complicados e que tanto afectam as nossas vidas, amanhã seria o dia mais importante da festa anual em hora do mártir São Sebastião em Barrô, Luso, que se comemora no calendário litúrgico a 20 de Janeiro. Tal como em anos anteriores, a seguir ao almoço teríamos a procissão a percorrer toda a aldeia e à noite, no salão recreativo, haveria bailarico para distender as pernas e animar a alma.

Devido à pandemia, como só devemos sair de casa por questões de grande premência, só nos devemos deslocar para actos que consideramos mesmo inadiáveis.

E é o caso do marco participativo que, de cinco em cinco anos, é levado a efeito amanhã. Neste próximo Domingo, que é já mais logo, vai celebrar-se o dia do nosso voto, com a nossa participação, para eleger o próximo Presidente da República.

Esta eleição para eleger o Chefe do Estado, a par com as autárquicas, é a mais importante para decidir quem queremos no Palácio de Belém. Como sabemos, embora com poucos poderes decisórios, é um fiel da balança que, para o bem e para o mal, pode condicionar as nossas vidas nos próximos tempos, que se adivinham tão difíceis.

As razões que nos passam pela cabeça para não sairmos de casa são tantas e tão convincentes que, se não formos senhores de uma convicção inflexível pelo princípio da cidadania, somos facilmente vencidos pelo torpor, pela fadiga. Não nos deixemos subjugar pela preguiça.

Os argumentos a favor da desistência serão vários: amanhã vai ser um dia cheio de chuva – e eu estou tão bem sentado no sofá a ver televisão e a ver crepitar as chamas na lareira; o Governo até aconselha incessantemente o confinamento ao lar, vou sair de casa para quê? E se apanho o Covid-19? Para além disso, a eleição até já está ganha antecipadamente por um dos candidatos, o que interessa menos um voto? Estas eleições, tão diferentes das demais, é como um jogo de futebol entre uma equipa da primeira liga e outra da terceira; eu até sou monárquico e não me identifico com o sistema republicano; o que é que lá vou fazer?

Acontece que a sua participação é importantíssima. O voto é uma arma erguida contra o conformismo, contra o unilateralismo, contra o pensamento único que alguns nos querem impingir como verdade absoluta e imaculada. É um instrumento político, solene e dogmático, para termos esperança no amanhã de uma vida melhor.

Se todos arranjarmos uma qualquer desculpa como a enunciada, facilmente poderemos atingir uma abstenção superior a 70 por cento.

Não deixe que outros decidam por si. Para além de tudo, como todos somos exemplo, você está a ser um padrão para o futuro dos que o rodeiam, para os filhos, para os netos, para os vizinhos.

Vá votar amanhã. É mais fácil que uma vacina, não dói e, garantidamente, não provoca efeitos secundários.

Não se esqueça destas recomendações: leve esferográfica e máscara. Mais: o impresso de voto, por erro assumido, tem um primeiro concorrente, a começar de cima, que não o é. Os candidatos efectivos são apenas sete – e não oito, conforme aparece no boletim.


Sem comentários: