terça-feira, 31 de março de 2015

COIMBRA CIDADE MADRASTA PARA FEIRAS

(Imagem da Web)



Pelo Diário as Beiras de hoje, em título no interior, ficamos a saber que a “Autarquia recusa subsídio à Feira Popular”. Continuamos a ler e “O presidente da Câmara de Coimbra recusou ontem o requerimento dos vereadores do PSD para que fosse atribuído um subsídio para a Feira Popular, que tem lugar, habitualmente, por ocasião das Festas da Cidade. Manuel Machado disse que a proposta para atribuição de subsídios à União de Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas, que realiza o certame, “não tem fundamento.”
Salienta-se, e também é referido no jornal, que a Feira Popular vai ter isenção de taxas de funcionamento no valor atribuído de 9672,00 euros.
Comecemos pelo argumento de Manuel Machado, presidente da edilidade conimbricense, de que a “atribuição de subsídios à União de Freguesias, que realiza o certame, não tem fundamento”. Ora bem, a meu ver, na forma Machado tem razão. As juntas de freguesias agregadas têm verbas atribuídas pela autarquia e, por isso mesmo, em princípio, não fará sentido haver uma segunda cabimentação já que gera um precedente extensível a outras. Acontece que só na forma tem fundamento. Na substância Machado perde completamente a razão. A Feira Popular, pelo ambiente de memória que nos transporta para a infância, pela grandeza –são 17 dias de animação- e pelo historial de importância para a cidade, é diferente de um qualquer outro evento –só encontro analogia com a romaria do Espírito Santo, embora em menor grau já que dura uma semana. Por isso mesmo, em nome dos cidadãos e pela responsabilidade que lhe cabe em manter esta alegoria, o executivo tem obrigação de fazer tudo para a manter. Não há dinheiro para ser patrocinada? Mas há um ano atrás foram atribuídos 52 mil euros para organizar um torneio de futebol juvenil em honra de um desaparecido ex-vereador do Partido Socialista.
Esta atitude em negar subsídio, para além da aselhice política, cheira a esturro. O que ressalta e dá impressão é que a Feira Popular é o “leit motiv” para a guerra partidária –já que José Simão, presidente da Junta de Santa Clara e  agora agregada em união, concorre pelo do PSD. Curiosamente, saliento que mesmo no tempo da Coligação por Coimbra, sobretudo com a falecida Empresa Municipal de Turismo de Coimbra, já havia problemas. Dizia-se que a extinta empresa municipal queria “roubar” a organização a Simão.
Uma coisa é certa, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), quer seja com este presidente quer com os anteriores, não faz nada para manter eventos que estão gravados na nossa memória e constituem a alma da cidade –basta lembrar a CIC, Feira Industrial e Comercial de Coimbra, que precisamente por ser da responsabilidade da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, houve sempre uma guerra surda e silenciosa de protagonismo entre as duas entidades. O resultado final, num esticar de corda de tudo ou nada entre a ACIC e a CMC, sabemos no que deu: acabou a engrandecer a de Cantanhede. Não será de estranhar que, mais ano menos ano, a Feira Popular tenha o mesmo destino.
Dá a impressão que somos uma cidade de galos e de poleiros. Para além disso, parece que temos uma aversão generalizada a tudo o que seja velho. Mas isso não importa nada! O que interessa mesmo, porque é a grande moda nacional, é criar novas ideias de negócio.








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