terça-feira, 22 de março de 2022

MEALHADA: HOJE, HOUVE REUNIÃO DE CÂMARA (2)

(imagem espectacular do jornal online Bairrada Informação)


 

No Salão Nobre da Câmara Municipal, nesta Segunda-feira, 21 de Março, com os raios solares a banharem os representantes eleitos pelo povo, o ambiente era calmo e sereno. Embora vestidos informalmente, parecia um dia de festa naquele velho salão do vetusto edifício. Quanto mais não fosse pela transmissão em “streaming”, via YouTube, a verdade é que a mesa central, assente numa espectacular carpete de Arraiolos, parecia pronta para receber convidados. 

Levando o seu grito desesperado ao mais alto decisor político do concelho, acabaram de intervir quatro munícipes para verem resolvidos pequenas dificuldades pessoais e comunitárias. Sem sinal da cruz nem ajoelhar dobrando os joelhos (genuflexão), mesmo pedindo desculpa pela inexperiência e falta de termos apropriados, foi dito por um dos interventores, com humildade misturada saudavelmente num necessário orgulho de poder falar em liberdade, todos expuseram as suas preocupações com altivez, mas agradecendo no fim a atenção recebida. Quanto mais munícipes intervierem neste fórum executivo, assim como na Assembleia Municipal, órgão deliberativo, maior será a vitalidade da democracia participativa, maior será a confiança recíproca entre governantes e governados. 

E entramos na Ordem do Dia, com 17 pontos em discussão. 

Como habitualmente a começar na aprovação da acta anterior, sem grandes pedregulhos no caminho, todos, aparentemente sem enfado, se propuseram a vencer a longa lista. 

Com o ponto 3, Associação Rota da Bairrada - Quota Extraordinária”, a gerar uma pequeníssima celeuma por o presidente da associação ser familiar de um dos presentes, com Franco a mandar para o Departamento Jurídico a análise, por incompatibilidade, da minudência. 

E ala que se faz tarde, dando importância ao que realmente merece. 

E estamos agora no ponto 7, “Proposta ao executivo para integrar o “Movimento Municípios pela Paz”. Rui Marqueiro, ex-presidente e agora vereador eleito pelo PS, aproveitou para engatar e disparar uma bazuca de considerações pouco abonatórias contra o PCP. O presidente da mesa executiva, António Franco, o porta-estandarte da bandeira branca naquele pequeno parlamento, como se ilusoriamente erguesse o braço, ditou o fim da cantilena dizendo que não se devia politizar esta questão. 

Gil Ferreira, Vereador da Cultura e aceite como boa consciência critica, disse que o actual ambiente obriga a ser solidário com esta adesão. 

Filomena Pinheiro, vice-presidente, já sem pistola e sem o fato de “Calamity Jane”, enfatizou que era preciso salvaguardar a paz. 

Luís Tovim, vereador sem pelouro do PS, votou contra. Arguiu ainda que, juntamente com Marqueiro, faria uma declaração de voto. 

E veio o ponto 9, “Proposta ao Executivo - Transferência de Competências na Área da Saúde”, foi decidido não aceitar. 

E chegou o ponto 10, “ Relatório de Análise de Propostas - Adjudicação do Direito de Exploração do Bar do Pavilhão Municipal do Luso”, foi decidido atribuir ao Clube Atlético de Luso a exploração do bar contra uma prestação mensal de 25 euros. 

E depressa chegou o ponto 11, “Cedência do direito de exploração – Antigo Posto da GNR” (junto ao Parque da Cidade), ficou decidido prorrogar o prazo contratual até ao próximo dia 28 de Março. Ou seja, se a vencedora do concurso não cumprir até ao próximo dia 28 com o que se comprometeu, será aberta nova admissão de concorrentes. 

Ponto 12, “Ata da Hasta Pública de atribuição de espaços no Mercado Municipal da Pampilhosa”. Foi dito que algumas lojas não tiveram interessados, por isso mesmo, será feito novo concurso. Para além disso, ficou acordado não deixar instalar nas lojas máquinas automáticas de “vending”. 

Ponto 15, “Beneficiação da Piscina Municipal de Mealhada - Proposta de Trabalhos Complementares – Erros e Omissões durante a Fase de Execução da Obra”. Sem grandes acusações ao anterior edil, Rui Marqueiro, este ponto, talvez para não “bater mais no ceguinho”, passou despercebido. Sabe-se que as obras das Piscinas Municipais da Mealhada, consignadas em mais de um Milhão e Trezentos mil euros, não têm financiamento, com a sua candidatura a fundos comunitários chumbada na CCDRC por não cumprir com a eficiência energética. Esta empreitada deveria ter sido concluída em final de 2021. 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

 

É notório que por parte de António Franco, o porta-estandarte da bandeira branca, a grande preocupação é não hostilizar o anterior ocupante da cadeira do poder com acusações de erros e omissões em diversos projectos que acarretam prejuízos para o município e para todos nós. Quanto a mim, neste aspecto da política e diplomacia, está a fazer muito bem. Dá para ver, em juízo próprio, que, no campo da eficácia em investimento, por parte do anterior chefe do concelho, houve, presumidamente, demasiadas escorregadelas, em especulação, quase a raiar a negligência grave. Estou a exagerar na apreciação? Se calhar estou mesmo, mas é o que parece. Por parte de Franco, o actual comandante do navio, faz bem em, por tudo e por nada, em não entalar o antecedente. Até porque, como diz o povo, quem caminha sobre areias movediças não escorraça quem se enterra. 

Quanto a Rui Marqueiro, o anterior presidente, o que se espera dele é que seja cordato, colaborante, com a dignidade legítima que merece, e não se transforme num polo de atração. Do ponto de vista mediático, no chamar a atenção constantemente, pode até ser interessante, mas cansa depressa. 

 

Sem comentários: