segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

REUNIÃO CM MEALHADA: O METRO LIGEIRO PODE PASSAR POR AQUI

 




Em pouco mais de uma hora, via ZOOM com os vereadores acomodados em suas casas, realizou-se hoje a segunda reunião mensal ordinária do executivo mealhadense.

Num clima ameno, de extrema simpatia e cordialidade entre os participantes, este encontro virtual de hoje nada teve a ver com a ambiência de rebelião e quezília que transparecia nas primeiras reuniões de camarárias, nomeadamente entre António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal, e Rui Marqueiro, o precedente edil que comandou os destinos da Mealhada até às últimas eleições realizadas em Setembro, último.

Com um Marqueiro simpático, com sorriso rasgado, assertivo e colaborante, enfatizando pequenas deixas como por exemplo “só quis brincar um pouco” e com Franco a retorquir “o senhor vereador é um brincalhão” pareciam amigos de longa data. Aparentemente, quer por milagre de Sant’Ana ou outro mistério divino não especificado, a paz assentou arraiais no Salão Nobre da edilidade. Na aparência, Rui Marqueiro está diferente; deixou cair aquela ironia acintosa, provocadora que (tão mal) o caracterizava. Até se ouviu proferir “estamos todos de acordo, senhor presidente”.

O que, em especulação, leva a presumir duas razões possíveis: uma, que provavelmente o pré-julgamento de Instrução, a decorrer em Aveiro, e em que Rui Marqueiro e os seus anteriores vereadores estão indiciados por prevaricação, estará a correr muito bem, tudo indicando que a acusação caia por terra. Outra razão, porventura, será António Franco, que parece ser um pacificador, teria tido uma longa conversa franca com o ex-presidente e acordado que não podiam continuar com trocadilhos e indirectas truculentas, e mais em sessões transmitidas em directo para o mundo. Mais que certo, mesmo sabendo-se não crente, Marqueiro, colocando as mãos sobre uma Bíblia, e sobrepostas pelas de Franco, ambos juraram respeitar-se na vã glória e na desprezível infâmia e não mais se acusarem mutuamente de desvio do sagrado caminho público.

Sejam certas as duas premissas, e fazemos votos que assim seja, ganhamos todos com a acalmia a que se assistiu hoje. Como é normal, o papel da oposição, para além de ser imprescindível, é um valor maior, e com Marqueiro mais calmo e sensato, pondo o seu conhecimento e experiência adquirida ao serviço de todos só pode enriquecer o debate.


A ORDEM DO DIA


Pegando nos pontos da Ordem do Dia, aqueles que me pareceram mais curiosos, salienta-se o número 6, que diz respeito a um pedido de viabilidade para plantar eucalíptos num terreno privado.

Foi apresentado um parecer pelos serviços que ia no sentido do indeferimento. Estava em causa, portanto, votar contra ou a favor da autorização.

A vereadora Sónia Leite de Oliveira enfatizou: “sempre eucalíptos... sempre eucalíptos!

O presidente do executivo contemporizou: “tem de se repensar muito sobre o que queremos para a nossa floresta do concelho. Há outras espécies que podem dar retorno económico…

Após votação, o requerimento particular foi chumbado.

E O PONTO MAIS IMPORTANTE É…


E veio o ponto 8 da Ordem do Dia: “Estudo para a expansão do Sistema de Mobilidade do Mondego - soluções em estudo – Informação”.

Estava em causa um estudo pedido pela CIM, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, à Câmara para, no prazo de 15 dias, esta apresentar contributos no sentido de se alargar o percurso do Metro Ligeiro de Superfície para além de Coimbra, até à Mealhada e Cantanhede.

Franco começou por dizer que a autarquia defende o alargamento até Anadia. Com percursos alternativos entre Coimbra- Mealhada e Mealhada- Cantanhede e retorno a Coimbra. E haveria outra rota que iria da Mealhada até à Anadia. “Há muita gente da Mealhada a trabalhar na zona industrial daquela cidade. A Anadia tem interesse; interessa para toda a região. O tempo (de percurso) tem de ser rápido. Se não for não será eficaz”, sublinhou o mestre de cerimónias.

Afirmou ainda o representante maior dos mealhadenses: “se houvesse ligação à Figueira da Foz seria uma mais-valia para o nosso concelho, mas não foi aceite essa possibilidade”.

A talhe de foice, Filomena Pinheiro, vice-presidente, anuiu: “o Metro Mondego deve satisfazer necessidades que agora não estão satisfeitas.


PARTICULAR NÃO SE MOSTRA A PARTIR DE CASA


Chegaram as 10h00, como não havia cidadãos para intervirem a reunião avançou para o último ponto da agenda.

Antes de avançar, gostava de deixar escrito que com os munícipes a falarem de casa, estou em crer, esta metodologia não é muito prática e, a continuar, leva à não participação pública.

É preciso que as reuniões se mantenham presenciais, como habitualmente no Salão Nobre, e continuem a ser transmitidas via Internet e, quanto antes, guardadas no YouTube para posterior visualização. A lei 75/2013, das autarquias locais, é omissa em relação ao armazenamento de dados. Mas, se há receio de prevaricação, que se peça um parecer… mas para ontem.


E TERMINOU A REUNIÃO


Com a saída de alguns vereadores e o presidente para uma deslocação ao Luso, para avaliarem no local um pedido de vinte lugares para estacionamento adstrito a uma obra particular disse Franco: “tem se arranjar uma forma de se ultrapassar esta situação. Vamos lá e falamos com o dono da obra e o projectista. Sou a favor da construção de edifícios. Vamos então deslocar-nos à linda Vila de Luso.”

Retorquiu Marqueiro: “eu não posso, que vou para Aveiro!


Sem comentários: