sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

BARÓMETRO DE UM JORNAL EM PAPEL PUBLICADO NA BAIRRADA

 




Jornal da Mealhada (edição de 19 de Janeiro)


POSITIVO


Com uma capa vistosa, onde exalta um grafismo terno e suave, ressaltam títulos em recortes que se confundem com a publicidade, ao primeiro olhar. Mas o que importa é que a primeira página desta última edição do Jornal da Mealhada (JM) está interessante. Afinal, vale mais cair em graça que ser engraçado.

Claro que indo ao fundamento de quem compra e lê jornais em formato físico, em papel, talvez falte um estudo de mercado para analisar os consumidores. Ainda de se olha para os títulos dos vários periódicos, antes de comprar? Penso que não. Com alguma margem de erro, é de presumir que o leitor dos nossos dias, tendo em conta que será para cima de meia-idade, é um “agarrado” fidelizado ao título que sempre consumiu. Porventura poderá comprar outro, mas se coincidir com um assunto do seu interesse, portanto em complementaridade.

E, a ser assim, o que leva uma pessoa a adquirir sempre o mesmo jornal? Sem resposta conclusiva, é de supor que entra a rotina diária, alguma “viciação” nos usos e também uma base de confiança no que é noticiado, a tocar a imparcialidade e a independência.

Também é verdade que devemos dividir a imprensa local da nacional. Com o título nacional que se consome, se, por um lado, se lê para Informação e Conhecimento geral, por outro, há uma certa distanciação na familiaridade. É como se o proprietário fosse alguém que não se vislumbra.

Já com a imprensa local é diferente. Embora também se exija neutralidade, escrita acessível, independência, há sempre uma ligação inexplicável, é como se fosse da nossa família. Para além de sermos menos exigentes a lapsos, acima de tudo, procura-se mais a Informação e menos o Conhecimento, de cultura geral – é óbvio que não é desprezível manter as duas na mesma impressão. Quanto mais houver a possibilidade de inovar na informação/conhecimento - de ontem, na descrição de acontecimentos passados, e de amanhã, com a especulação a marcar o futuro – onde entram a história de vida da pessoa simples e até à de instituições, cada vez mais é acarinhado e guardado como documento histórico.

Voltando à terra, o JM desta edição cumpre os requisitos médios. Gostei de o ler.


MENOS BOM


Como já escrevi várias vezes, falta a crónica política, com comentadores independentes, mas conotados ideologicamente, a dissertarem sobre a vida política local.

Continuo a achar que as reuniões camarárias deveriam merecer uma maior cobertura e acutilância. É certo que o facto de o JM ser quinzenal ajuda pouco. Deveria ser publicado semanalmente. Quando a notícia é publicada, passado mais de uma semana, já o assunto foi dissecado e perdeu interesse. Querem um exemplo? Na última sessão de Câmara Municipal veio à baila a possibilidade de o Metro Ligeiro de Superfície vir de Coimbra até à Mealhada e passar por Cantanhede. Como se imagina, será título de primeira página no JM na próxima edição, quando já está frio na curiosidade dos leitores/assinantes.

Valerá mesmo a pena continuar a insistir na publicação quinzenal?


De zero a vinte, atribuo a esta edição 14,5 valores.


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