segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

AS MODAS VEIGA ENCERRA UMA DAS LOJAS





 As Modas Veiga, com dois estabelecimentos de pronto-a-vestir, um na Rua Eduardo Coelho, números 41 e 43, e outro no Largo da Freiria e com frente para a Rua das Padeiras, vão amanhã encerrar esta última loja.
Em conversa com Francisco Veiga, reputado e reconhecido comerciante da Baixa com elevada experiência no ramo de comerciar, diz-me que “em virtude dos elevados custos e da exorbitante renda era impossível continuar. Ainda tentei fazer ver ao senhorio como estava a correr o negócio mas ele não quis saber. Felizmente não me faz diferença porque tenho a outra loja a poucos metros desta, mas, confesso, não deixo de sentir um apertão no peito, perante a completa insensibilidade deste proprietário e ex-comerciante.”
Já escrevi várias vezes que esta situação de os proprietários e ex-comerciantes, numa completa indiferença, ao não atenderem os queixumes dos arrendatários e teimando em manter os contratos com valores acima do admissível tem de acabar.
Sou completamente a favor da economia de livre-mercado. Porém o que está a acontecer é que, nos arrendamentos comerciais novos, temos duas classes, uma, a dos proprietários, a viverem acima da média e com rendas hiper-inflacionadas. Outra, a dos inquilinos comerciantes, pessoas muito vulneráveis devido à constante queda de rendimentos, que, tentando ganhar a vida, se vêem confrontados com rendas abusivas. Por outras palavras, estamos perante um cenário de posição dominante por parte destes senhorios.
Ora, perante o Novo Regime de Arrendamento Urbano que aí vem, é preciso tomar medidas contra quem, não tomando em conta os seus começos, numa completa frieza, teima em contribuir para a desertificação da Baixa. E, a meu ver, até nem será muito difícil de tomar medidas eficazes contra este desaforo. Basta, tão só e por parte do Governo, que os estabelecimentos comerciais fossem classificados como bens de utilidade pública e, para acelerar a sua utilização, só fosse permitido estarem encerrados 6 meses. Passando além deste prazo teria várias consequências administrativas. Se assim fosse, poderíamos ter todos a certeza que não se continuaria a assistir a estabelecimentos encerrados no Centro Histórico há vários anos.
É um escândalo o que se está a passar com os arrendamentos comerciais novos.

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