Provavelmente como todos os lugares pequenos, Barrô, uma aldeia encravada entre a Mealhada e o Luso, estendida na encosta e banhada pelo Sol envolvente, para o bem e para o mal, como todas, é uma povoação com as suas características próprias. Para o bem, é gente humilde e solidária, quando solicitada para ajudar o próximo em dificuldades. Para o mal, os seus habitantes são pessoas algo introspectas, metidas consigo mesmas, onde a simpatia só sobressai depois de provocada pelo outro. É como se os moradores estivessem sempre à defesa perante quem mal-conhecem ou desconhecem de facto. Onde a desconfiança impera como preconceito e princípio de vida em comunidade.
Ora, o que me levou a escrever esta crónica foi a “dádiva” recebida por estes dias na nossa rua principal. Junto à capela do padroeiro São Sebastião, como a provocar a paisagem, rotineira e sempre igual, num costume pagão avistado por outras bandas, sentadas no muro com displicência, pode ver-se e admirar duas bruxinhas feitas de abóboras e vestidas a preceito. O lado engraçado da coisa, chamemos-lhe assim, é que estas duas obras dignas de respeito foram feitas pelas gémeas Leonor e Matide, de apenas cinco anos de idade. É certo que a supervisão artística foi da mãe, Susana Maças, mas não deixa de se realçar a habilidade das miúdas para a arte.
Por outro lado, num lugar onde nada acontece, esta iniciativa, como a estimular os vizinhos, deixa-nos de sobreaviso para o que virá no futuro.
Uma grande salva de palmas para a mãe, Susana e para as filhas Leonor e Matilde.
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