domingo, 9 de agosto de 2020

QUANDO SE INICIA A REALIZAÇÃO DAS FEIRAS DE ADELOS, EM COIMBRA?

 



Depois de vários meses suspensas - nomeadamente desde Março, devido ao Coronavírus –, em Coimbra, as feiras de usados, velharias e antiguidades, nomeadamente a Feira sem Regras, em Santa Clara, e a Feira de Velharias, no Largo das Olarias, em frente a Loja do Cidadão, continuam interrompidas.

Passados seis meses, não se vislumbra uma palavra de tranquilidade destinadas aos vendedores. Lembramos que a Feira sem Regras funcionou no primeiro Sábado de cada mês em frente ao Convento de Santa Clara-a-velha e foi uma organização da Freguesia de Santa Clara (União de freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas. Já a Feira de Velharias, numa organização da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) – que embora o acontecimento estivesse a cargo de várias entidades, a autarquia, nos últimos anos, chamou a si a sua preparação.

Depois de Aveiro já ter em funcionamento a sua Feira de Velharias -que ocorre ao quarto Domingo – desde Junho, Coimbra, como sempre, é sempre a última quando toca a interesses de terceiros.

Porque ainda estou no ramo, sempre tive para mim que os vendedores de adelos, pessoa que se dedica à compra e venda de artigos usados, incluindo ferro-velho, foram sempre desconsiderados pelas autarquias -há cerca de vinte e cinco anos, durante muito tempo, integrei as várias feiras da zona centro.

Os presidentes de câmara sempre olharam para nós expositores como se olha para mão-de-obra escrava. Ou seja, sem gastar um cêntimo, estas pessoas durante um dia vinham (e vêm) alegrar e trazer vida às cidades. Assim uma espécie de actor cénico a trabalhar à borla. Sem disfarçar algum desprezo pelos vendedores, os autarcas olharam-nos sempre com desdém, como se fôssemos cidadãos de terceira. Então, neste procedimento desvalorizador,  Coimbra está em primeiro lugar, com Manuel Machado, o presidente da edilidade, a envolver-se em discussão directa, com vendedores, a menosprezar a sua prestação e contributo para alegrar a cidade dos estudantes.

Ora este silêncio atroador em volta da suspensão das feiras é, no mínimo, inadmissível. É depreciativo para um grupo que, sendo muito importante, faz parte dos amantes de velharias. Há muitas pessoas a depender das vendas de rua, já que são um complemento para as suas magras reformas.

O que espera a Junta de Freguesia de Santa Clara e a CMC para anunciar o início destas alegorias?

Se as Feiras do Norton de Matos e a dos 7 e 23 já funcionam, por que razão a das velharias e de artigos usados continuam suspensas?


1 comentário:

Anónimo disse...

É realmente uma pena que os shoppings desta vida que nada bem fazem ao ambiente e à saúde mental sejam mais frequentados que estas feiras. Alimentando a produção em massa em vez de incentivar à reutilização e ajuda aos feirantes que tanta importância teem. Estudei aqui e por cá fiquei a trabalhar, e pude observar o declínio e a despersonificação desta cidade que tanto gostava. Tornou-se uma cidade barulhenta sempre com jovens aos gritos para chamar a atenção (muito mais que há 7 anos indubitavelmente, antes a malta conversava), com pouca cultura, sempre em obras, sem respeito por quem trabalha em Coimbra vota nas eleições autárquicas.. é muito muito triste. Mudei para uma cidade para ter sossego, eu e todas as pessoas que conheço que queriam de facto construir vida em Coimbra mas que não lhes foi possível. O mercado imobiliário é uma anedota, vê-se anúncios a dizer "só investidores" e "só estudantes" em qualquer zona perto do centro. Vergonhoso mesmo e um atentado ao civismo.