Há
muitos psicólogos sociais que afirmam que a riqueza de uma
comunidade verifica-se nos excedentes, o vulgar lixo, que produz. Ou
seja, se na hora da recolha os funcionários camarários, no geral,
se deparam no contentor com bens ainda em razoável estado e
reutilizáveis, significa que aquele grupo societário,
economicamente, vive confortável e acima da média.
Ora,
a imagem que captei hoje, em Barrô, quando a tarde caía calma e
serena, medida pelo índice que apontei, significa que, felizmente, a
aldeia não têm habitantes com grandes necessidades. Este variado
tipo de calçado para todas as estações do ano e para várias
cerimónias, esteve hoje exposto durante todo o dia e ninguém ligou
peva. Salienta-se a boa-vontade de quem teve o bom-senso de não
deitar directamente o calçado dentro do contentor. Fez o que devia.
Se não serve a ninguém, isso é outro assunto. Quase apostava que
se fosse repetido em Coimbra, o mais certo é desaparecer tudo
rapidamente. O que, a ser verdade, vive-se melhor hoje na aldeia, sem
privações, do que na grande cidade.
Apesar
do que escrevi em cima, de que ainda bem que ninguém necessita, para
nós mais velhos não deixa de dar que pensar. Há cerca de
meio-século, encontrar um único par de alpercatas em estado
razoável era ganhar uma lotaria. Ainda bem que estamos todos muito
melhor!
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