sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

PRESÉPIO DA BAIXA: O DESLEIXO, A BUROCRACIA E O ESCÂNDALO

(O MENINO, ANTERIORMENTE FURTADO, FOI SUBSTUITUIDO POR OUTRO)


(ESTA CAIXA FOI VIOLADA ONTEM, CERCA DAS 17 HORAS, À VISTA DE TODA A GENTE)

(MAIS UMA VEZ UMA DAS FIGURAS EM GESSO FOI DANIFICADA)

1-Ontem, para variar, danificaram, mais uma vez, uma das peças do presépio de Cabral Antunes. Para além disso, rebentaram com a caixa de esmolas que se destinam à Casa dos Pobres;

2-Hoje, passados poucos minutos de ter fotografado, em conversa com um comerciante daqui da Baixa sobre o mesmo assunto, atira-me ele: “ó pá quem rebentou com a caixa das esmolas destinadas à Casa dos Pobres foi fulano. Eram ontem 17 horas da tarde.” –trata-se de um individuo tóxico-dependente muito conhecido na Baixa.
Interrogo o meu amigo e colega se eu poderia denunciar o caso na PSP e se ele se importaria de fornecer os dados àquela força policial. Anuiu;

3-Seguidamente, fui à esquadra, que dista 30 metros do presépio, e verberei que tinha informações sobre o roubo da caixa de esmolas e que deixaria a identificação do comerciante-testemunha. Salientei que a minha função ali seria apenas a de prestar informações e colaborar com a polícia enquanto meu dever como cidadão. Ou seja, fui claro que, uma vez que não presenciei absolutamente nada, não quereria ser envolvido como testemunha no processo remetido ao Ministério Público. E disse isto, porque já anteriormente, em caso análogo de colaboração no desvendar de um roubo, esta mesma polícia, em vez de acolher apenas a informação, tratou logo de me envolver no processo como testemunha.
Aqui foi igual. Num processo burocrático, a raiar o Kafkiano, mais uma vez os dois guardas da PSP, presentes na esquadra, lá me queriam envolver como testemunha e ser remetido ao Ministério Público. E, apesar do meu protesto, não sei se serei.
Resumo, saí de lá profundamente irritado, pela forma insensível como fui recebido. Agora pergunto: pode um cidadão comum colaborar com esta força policial, querendo apenas ajudar? Penso que não. Talvez, por isso, se entenda uma cada vez maior resistência em colaborar com as forças policiais. Será que estou a ver mal o problema? Não me parece. Só gostava que alguém, hierarquicamente superior, tivesse o bom senso de abrir os olhos a estes burocratas, que para preservar a segurança não estão lá, mas para aborrecer o cidadão que quer colaborar, lá nisso, estão bem presentes.
O processo de Kafka continua presente na mente de tantos funcionários institucionais. Infelizmente!

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