Não,
a mulher está dormindo,
juntamente com o
menino,
talvez sonhe que está indo,
levando o seu
pequenino,
para a sua terra, partindo;
Ali,
na Loja do Cidadão,
onde começa o Eldorado,
para
uns, que já cá estão,
pensam: “está tudo
arrumado!”,
outros, valorizam até tostão;
Tal
quadro não deixa de ser irónico,
o “hoje”,
afirmativo, da cidadania,
a disfunção entre o “ser”
e o biónico,
concentrando a vontade e a mais-valia
na
máquina, desprezando o “ser crónico”;
A
alma
desta mulher é a “Piedade”,
retrato
dum tempo corrente,
sofrida, chora de saudade,
pela
injustiça que sente,
nos humanos, a sua maldade;
Lá,
o menino representa Jesus a morrer,
nos braços
caídos da Virgem Maria,
a mulher dorida simboliza o sofrer,
a
Loja do Cidadão, a fé, a utopia,
a gente que passa, a
insensibilidade do “ser”.
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