(Imagem da Web)
Estamos
em Dezembro. A
menos de um mês do Novo Ano. A passo rápido aproxima-se
o fim do ano de 2020.
Em metáfora,
pensemos que o tempo que agora acaba está em morte clínica. Os seus
sinais vitais já não respondem. Nós, como amigos presentes na hora
da despedida, estamos debruçados sobre o “ente”
que está prestes a partir.
Muitos dos presentes no leito de
morte, aparentemente pessimistas, com receio do que virá a
suceder-lhe, parecem fazer tudo para reanimar os seus sinais vitais.
Outros, mais realistas, como se fossem
dotados de mediunidade
e, nos fluidos emergentes, vissem o espírito do quase finado a
flutuar por cima, querem acabar com este sofrimento depressa. Em
surdina, clamam pela legalização da eutanásia. Outros ainda, como
acusadores públicos, apregoam aos presentes que, à luz das
convenções internacionais,
pela desgraça criada na
humanidade, antes de
morrer deveria ser julgado. Este 2020
deixou muita infelicidade e morte. Quantos
milhões de pessoas,
devido ao seu comportamento autista, destruidor
e insensível ao sofrimento, levou
à desgraça no país e
no mundo? Quanta dor
causou na classe média-baixa? Tanta frustração espalhada ao longo
do ano corrente,
sobretudo quando, por morte do antecedente 2019,
deu a sensação de que iria ser muito melhor. E o que se viu? Dor,
miséria, desespero
e morte.
Como
político em campanha eleitoral, fez exactamente o contrário do que
parecia auspiciar. Por isso, os justicialistas, mesmo no leito de
morte deste acabado 2020,
não lhe perdoam. Acham que, nestas circunstâncias, para este
criminoso, a morte é o melhor castigo
que lhe pode acontecer.
“Deverias padecer,
maldito sejas ó 20
depois de 2000! Já que não podemos impedir a tua morte, ao menos,
apodrece no inferno, ano do demo”,
exclamam furibundos os desesperados de justiça.
Outros
do imenso grupo, mais
condescendentes, presentes
na despedida do dois, zero, dois,
zero,
mais optimistas, tentam acalmar os pessimistas e os justicialistas,
e, em tom paternalista, tentam convencê-los
de que vale a pena aguardar o próximo 2021.
- Quem sabe como será? –exclamam, aos gritos para serem ouvidos.
Deixemos morrer este desgraçado em paz, e que o seu espírito não venha “encostar-se” ao vindouro. Tenhamos esperança no novo ano que vem aí, carago.
-
Mas vocês
não ouvem
as notícias, ó optimistas?,
isto está muito mau!”
–interrompe um dos pessimistas com
um murro na mesa.
-
Claro que
ouvimos,
aliás, como
todos vocês, mas, com este discurso negro apregoado e multiplicado
até ao infinito, ainda me dá mais força para acreditar que estamos
apenas a atravessar um deserto, e, como sabem, tudo é finito, logo,
naturalmente, iremos encontrar um oásis para nos refrescarmos desta
secura” –
replica o optimista.
-
Eu gostava
de ser como vocês…”felizes,
aqueles que acreditam”…
-teima o pessimista – mas
só se vê miséria em todo o lado… São
lojas a fechar, são fábricas a cerrar portas… Isto
está muito mau!… E
o culpado disto é este renegado ano, que se não tivermos cuidado
arrasta toda a humanidade para o fosso…
- Não sejam assim, porra! - interrompe um dos optimistas com brusquidão. Que culpa tem o 2020 de ter aparecido a pandemia?
Além disso, conforme as notícias, as vacinas estão a chegar. Vai tudo ficar bem!
- Achas mesmo que vai ficar bem? Atira o pessimista de chofre e a crescer para o outro. Essas denominadas vacinas mais não são do que um intravenoso que nos vai pôr à mercê dos controladores do mundo. Esta é a última machadada na liberdade individual. A partir da tomada da vacina todos passamos a cativos, instrumentos ao serviço do “grande Irmão”, como escreveu George Orwel, em 1949, no livro “Mil novecentos e oitenta e quatro”. Trinta e seis anos depois temos aí a tese materializada do grande escritor britânico, profetiza o pessimista.
- Só cá faltava essa… a teoria da conspiração! - atalhou o optimista em tom presunçoso.
Enterra o ano que agora acaba e esquece o que se passou. O ano que aí vem vai ser bom.
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