sexta-feira, 12 de agosto de 2022

MEALHADA: VEM AÍ O ALDI

 







Na última Reunião da Câmara Municipal de Mealhada, decorrida na última Terça-feira 9, foi votada e aprovada por unanimidade a declaração de informação prévia necessária para a instalação do Aldi, na Quinta da Nora, junto ao Cine-Teatro Messias.

O Pedido de Informação Prévia (PIP) é um projecto, menos detalhado que o de licenciamento, submetido à apreciação da Câmara Municipal, para obtenção de um parecer sobre a viabilidade de uma intenção de construção. A resposta ao PIP vincula as entidades competentes na decisão sobre um futuro pedido de licenciamento. No entanto, deverá apresentá-lo no prazo máximo de um ano, após a emissão do parecer.


QUANTOS SÃO? QUANTOS SÃO?


Actualmente, a Mealhada tem em funcionamento duas médias superfícies comerciais (até 2000 metros quadrados), o Lidl e o Intermarché.

Em Abril, último, em resposta a uma interpelação de Rui Marqueiro, líder da oposição, sobre a instalação de novas marcas, António Jorge Franco, presidente da autarquia, “informou que «o processo do Pingo Doce já vinha de trás», tendo sido «aprovado (já pelo atual executivo) este espaço junto à Nacional 1, quase em frente à Escola Secundária».

Já sobre a instalação de um Modelo Continente, o autarca confirmou a realização de uma reunião com o grupo, explicando que em cima da mesa está a análise de dois locais. «Junto ao Cineteatro Messias teriam alguns constrangimentos e uma das condições foi precisamente não ofuscar o Cineteatro e separar completamente a infraestrutura do espaço camarário», referiu o edil.

«Relativamente ao Aldi o processo está a decorrer e a ser analisado pela Divisão de Administração e Conservação do Território do Município», disse o presidente da Câmara da Mealhada.

Acerca do Burguer King, o assunto voltou a ser focado na última reunião, de 14 de abril, com António Jorge Franco a informar que «foi apresentado um estudo que está a ser analisado».”, in jornal Bairrada Informação.


E O NOVO MERCADO? COMO É QUE É?


Embora estas perguntas sejam nossas, poderiam perfeitamente pertencer ao líder da oposição, Rui Marqueiro, que, nas últimas reuniões de Câmara, não tem feito outra coisa senão interrogar o seu sucessor na cadeira presidencial com estas palavras.

Embora estas interpelações por parte de Marqueiro sejam feitas no campo do aproveitamento político partidário e, uma vez que foi o seu “construtor”, não possa, nem deva lavar as mãos como Pilatos, a verdade é que no tocante ao lastro económico, com estes anúncios de viabilidade, a cada dia que passa, a abertura do (novo) Mercado Municipal fica mais longínqua e arriscada.

Não fez, e não faz, qualquer sentido autorizar a construção de uma infra-estrutura comercial por cerca de três milhões de euros e escancarar as portas para a vinda de vários grandes operadores altamente profissionalizados no campo da compra e venda de produtos alimentares para a sua vizinhança.

Ou seja, se é verdade que Marqueiro, que licenciou o projecto, não pode dizer que não tem nada a ver com o “monstro”, também é verdade que António Jorge Franco, com as autorizações prévias para o Pingo Doce e agora para o Aldi (e outras que estão a bater à porta) já está comprometido e “enterrado até às orelhas”.


E QUE SOLUÇÕES (POR AMOR DE DEUS, SENHOR…)?


Indo directamente à questão de princípio, o problema do novo Mercado Municipal, pela sua enorme área, é que foi projectado para uma cidade, por exemplo, como Guimarães, que tem cerca de 160 mil habitantes – a Mealhada no seu concelho tem cerca de 20 mil habitantes, repito, no total do concelho.

E o resultado desse “tudo à grande”, ou megalomania? É simples, não há vendedores, nem produtores em todos os concelhos limítrofes da Zona Centro que cheguem para ocuparem os cerca de 120 lugares, entre bancas e mesas de venda e ainda cerca de 15 lojas, e poder manter aberto, diariamente, a nova estrutura.


MAS, AFINAL, HÁ OU NÃO HÁ SOLUÇÃO?


Há, e tem mesmo de haver, forçosamente.

A primeira solução, já vimos, é que tendo como actividade principal a venda de produtos alimentares – mesmo até sem a concorrência directa de novos operadores que se avizinham -, não é viável e, sem passar muito tempo, será transformado num “elefante branco”, com todos os contribuintes a pagar a vaidade.

Então, quase por último, resta a proposta de um munícipe, apresentada há cerca de um mês, para transformar o grandioso espaço em Centro de Mesteres Antigos & Artes e Ofícios Tradicionais, onde, ao mesmo tempo da venda de produtos hortícolas e outros, possa funcionar uma escola de ensino e aprendizagem de profissões em desaparecimento – E são cada vez mais: pedreiros, electricistas, carpinteiros, e outras.

Mas há outra, e esta, a acontecer, será a que, saindo todos bem desta história, menos dor de cabeça pode dar. Primeiro, é preciso firmar um “Contrato Social” de regime entre o Partido Socialista e o Movimento Independente Mais e Melhor (MIMM), a nova maioria que governa a Câmara Municipal.

Neste designado “Contrato Social” fica escrito que, no superior interesse de todos os munícipes, na procura da melhor solução, as duas forças políticas e partidárias se unem nesta questão por agora irresolúvel, para não serem o problema, mas antes a salvação.

E uma das soluções possíveis que podem surgir, por exemplo, é esta:

como a construção desta obra não foi financiada por Fundos Europeus, e não está amarrada a princípios inalteráveis, logo, as instalações podem ser arrendadas a uma nova marca que se pretenda instalar na cidade.

Por outro lado, pode ser avançada a medida já apresentada pelo MIMM, isto é, recuperar as velhas instalações da Junta Nacional do Vinho, junto da Estação de Caminho de Ferro, e fazer aí o mercado semanal.

Vale a pena pensar nisto?


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