Pelo menos em cerca de uma dúzia de países, incluindo os Estados Unidos, foi convencionado comemorar o Dia do Pai a 19 de Março.
Pai (do latim patre, também chamado de genitor, progenitor ou gerador) é a figura masculina de ascendente de parentesco que na instituição Família, do ponto de vista histórico, mais foi perdendo importância.
Hoje, ser pai, sobretudo com o manto branco da terceira-idade, é ser um viajante solitário, abandonado e carregado de malas vazias, cheias de nada, com narrativas que já ninguém quer ouvir, e muito menos os seus filhos.
Em metáfora, está sentado num banco de uma estação de caminhos-de-ferro e vê passar os comboios. Cada trem que chega, simbolizando o passado, com o ruído do rodado a malhar no ferro a avivar memórias, carregado de velhos do seu tempo, traz para si a recordação de uma história vivida lá longe, nos anéis do tempo, e já tantas vezes revista e analisada na sua cabeça em catarse, como se cada retalho da vida, lembrado em trauma, estivesse sujeito a uma purga emocional, a um exame minucioso e mental onde o arrependimento sublinha a sua existência.
Cada composição que parte em direção ao futuro, com as margens a transbordar de gente nova e que sem o saberem tem por destino a velhice, leva consigo o implacável culto da juventude.
Ser velho neste tempo pleno de modas e convenções é cada vez menos glorificante.
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