sexta-feira, 6 de junho de 2008

HISTÓRIAS DA MINHA ALDEIA: O ONZEIRO (10)



         

                                                     I
 Como já escrevi em anteriores apontamentos sobre a minha aldeia, havia cerca de quatro abastados lavradores e, para além deles, mais uns tantos que, embora não o fossem a tempo inteiro, possuíam bastantes terras e em que davam trabalho aos rurais mais pobres, os “alugados”, que viviam em pequenas casinhotas, quase tugúrios.
Para além do amanho das suas lavras, aqueles “senhores”, importantes na povoação, tinham profissões nobres, como por exemplo na hotelaria. Hoje pouca gente se lembra, mas desde há sessenta anos atrás que a freguesia de Luso e concelho da Mealhada era o berçário de Portugal na mão-de-obra que abastecia a hotelaria do país de Norte a Sul. Era comum encontrar-se, desde o Minho ao Algarve, num qualquer restaurante, passando das mesas à cozinha, um empregado que era desta zona bairradina. Daqui saíram grandes chefes de cozinha, de mesa e grandes “barman’s”. Hoje, dos que restam, estão espalhados pelo continente e ilhas como empresários hoteleiros.
  Ora, inevitavelmente, Barrô, a povoação onde passei a minha infância, também tinha os seus grandes chefes de hotelaria. Um deles, de que vou falar, era o Senhor Manuel Bento. Homem de avantajada barriga e pessoa de um ego enorme que mal cabia na rua principal da aldeia. Quando falava escolhia as palavras mais esmeradas. Era chefe de mesa no Palace Hotel da Curia. Tinha uma voz forte, que facilmente se impunha a uns tantos pobres camponeses alquebrados pelo peso da miséria. Para além de dar algum trabalho aos mais carenciados, como certamente ganhava bem -nesse tempo, para além do ordenado era costume receber-se boas gorjetas na hotelaria-, como era muito forreta, tinha uns dinheiros aferrolhados. Como quem diz, uns “contitos”, que abonava a juros aos mais necessitados.
Como era costume nesse tempo, estas pessoas que emprestavam dinheiro a 11%, eram uma espécie de agiotas e, entre todos, conhecidas como “onzeiros”.
  Se o candidato ao financiamento não merecia confiança era imediatamente despachado com a frase batida e recalcada: “ó dianho, vieste mesmo numa altura desgraçada, se tivesses vindo ontem! Estou mesmo desprevenido, estou completamente a tinir. Que pena! Gostava tanto de te ajudar!”.
  Se o “pedincha” merecia algum crédito então a coisa já “chiava” mais fino. Então, nesse caso, toca de fazer o empréstimo difícil: “homem, como é que me vais pagar? Tu não tens nada, para além do ar que respiras e de uma ambição desmedida! Ah, queres dinheiro?! O dinheiro é a coisa mais séria deste mundo! Por ele se ama; por ele se mata; por ele se perdem batalhas; por ele se fazem guerras. O dinheiro é interesse; é o combustível que move o motor do mundo! Percebes, alma de Deus? É o sangue que corre nos interstícios das gentes, que irmana e aparta”. Este discurso durava no mínimo duas horas. Quando o carenciado de financiamento saía com os contos emprestados, normalmente sempre muito aquém do solicitado, e depois de prestar uma garantia sólida, levava consigo um estigma de pobre, um travo de amargura, que lhe “amandava” a alma para o charco.
Estamos então no estertor, quase no fim, da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em 1944. É neste crepúsculo do troar de canhões vindos dos países vizinhos –uma vez que, por estratégia, Salazar manterá Portugal aparentemente neutral perante os países beligerantes- que nasce a Conceição, o horizonte de mil luzes e filha única de Manuel Bento.
Não se sabe muito bem, mas é bem possível que a esposa de Bento e mãe de Conceição tenha sofrido depressão pós-parto. Supõe-se que a juntar a uma solidão medonha teria completado um cocktail destruidor. A verdade é que após o nascimento da “SÃO” –como é ainda hoje carinhosamente tratada- Florinda Pires passou a fazer do vinho o ar que respirava. O resto da sua vida, em grande padecimento para quem a rodeava e sobretudo para sua filha, foi divida em passeios diurnos e nocturnos na rua, ensandecida e completamente embriagada e descalça. Aqui, neste caminho de terra batida, onde o Sol beijava o chão, viria a ser encontrada morta por volta de 1969.
A SÃO era uma criança viva e muito inteligente. Este “cinco reis de gente” constituía o brilho dos olhos de Manuel Bento. Este pai orgulhoso e babado, mentalmente, tinha construído para ela mil esperanças assentes num futuro radioso. “Não seria um qualquer “pé rapado” que levaria a sua “Sãozinha”. Teria que ter dote, era ponto assente. Quem a levasse, um dia, obviamente, só com a sua necessária autorização. Jamais seria um malandro ou um qualquer morcão. Isso é que era bom!”, pensava ele, amiúde vezes, para com seus botões.
Nesta moldura parental de pai sovina e mãe alcoólica a miúda foi crescendo ao deus dará. Fosse lá pelo que fosse, parecia que a sua mãe a odiava profundamente. As tareias com um “canoilho” –tronco verde de milho- eram constantes. O pai, que vinha apenas uma vez por semana a casa, dividia-se em receber os queixumes de Florinda sobre a filha e os pedidos de empréstimo a conceder. Apesar de ver tantas, tantas, centenas de notas de conto dentro de um livro do pai Bento nunca este lhe dera uma pequena prenda ou simples beijo de amor. Naquela casa só a austeridade severa reinava. Entre lágrimas derramadas de sofrimento SÃO sentia não ter pai nem mãe. As sovas desta eram uma constante que quase se tornou hábito.

                                                     II

  Por volta de 1950, o pimpolho de que falamos dá entrada na escola primária da Lameira de São Pedro. Era então professora a Dona Palmira –mais tarde, creio, substituída pela Dona Odete. Nessa altura as classes femininas e masculinas estavam juntas na mesma sala. Penso que só no início de 1960 é que se separaram as classes em género, vindo então a ser a mestra da feminina a Dona Adélia, ainda hoje de boa saúde felizmente.
Como se o destino já estivesse a trocar as voltas ao Manuel Bento, quis o acaso que, no estabelecimento de ensino público, a SÃO ficasse sentada na mesma cadeira, ao lado de Joaquim, filho do Daniel “Carteiro”, assim apelidado por ser esta a sua profissão.
Conceição e Joaquim passaram a ser unha e carne de um polegar feliz. De Barrô até à escola, na Lameira, passando pelas “lapinhas”, iam sempre juntos. Muitas vezes o “Quim” foi apanhar uma flor amarela de acácia e, numa ternura indescritível, vinha-lha oferecer completamente ruborizado.
Um dia, andava a menina na terceira classe, a mãe Florinda Pires, num acto tresloucado, com um tamanco, abriu-lhe um grande lenho na cabeça –ainda hoje conserva a cicatriz para reavivar a memória. Perante esta selvajaria o avô, António Pires, veio buscar a mártir e levou-a para Soure onde lá continuou a escola até 1957.
Não se sabe muito bem porque, então com 13 anos, regressa a casa dos pais, em Barrô. É provável que temendo o fim anunciado de sua filha Florinda, o ancião, procurasse que a neta estivesse próximo da mãe para a amparar, ou talvez para que, apesar de tudo, não se desfizessem totalmente alguns laços.
SÃO, embora adolescente, mas já feita mulher em formas, foi aprender costura para casa da Teresa “Bispa”, no Luso. O caminho a percorrer a pé, entre a aldeia e a vila, era o mesmo de criança para ir aprender a ler: as “lapinhas”. Volta e meia, ao sair do povoado, ouvia uns passos apressados atrás de si: era o seu outrora companheiro de carteira, o “Quim”. Segundo as suas declarações repetidas, iria levar umas botas para o sapateiro da Lameira. Muitas vezes fora esta a desculpa, mas “alma que mal não pensa mal não vê”.
Neste meio tempo Joaquim vai trabalhar para Coimbra, para o Café Arcádia, cujo proprietário era o Senhor José Maria Cerveira, natural de Barrô.
Passados uns meses Conceição recebeu uma carta selada sem remetente e trazida pelo Daniel “Carteiro”. Quando começou a lê-la o seu coração deu um baque! No meio de uma floresta de erros, o “Quim” declarava todo o seu imenso e intenso amor.
Para que os pais não se apercebessem –quer o Manuel Bento quer o Daniel “Carteiro”- combinaram que as missivas passariam a ser endereçadas à Maria do Rosário, a “Marquitas”, vizinha e filha do senhor Lino. Era na casa desta que lia e escrevia a resposta.
Quando ele vinha à aldeia, no dia de descanso semanal, e se houvesse uma qualquer comunicação urgente, a mensagem seria deixada ao lado do portão, num pequeno encanamento de pedra. Claro que o rapaz, até colocar os olhos na sua amada, andava o dia todo para cima e para baixo a percorrer o caminho em frente à sua porta. Só se encontravam à noitinha no Largo da Capela e quando a SÃO ia levar a ceia ao seu avô paterno que morava lá no alto do lugar.
Inevitavelmente, estes encontros chegaram aos ouvidos do “onzeiro” Manuel Bento. Para ver se era verdade, chegou a vir de propósito da Curia e colocar-se escondido no largo com um xaile preto na cabeça e a parecer uma velha. Entre ameaças de pancada e cortes na alimentação em casa, o namoro lá prosseguia rodeando a situação: agora o “Quim” passava a esperar escondido junto à casa do avô de SÃO, um pouco mais para cima do largo, e lá estavam um bocadinho até ouvirem passos. O temor pelo pai era um fluído permanente. Várias vezes o Bento ameaçara a filha: “antes te quero ver amortalhada que casada com esse biltre!”.
Por entre tareias de “caixão à cova”, dadas pela mãe Florinda, e sempre acompanhadas com o recado “há-des largar esse animal, se não for a bem é a mal!”, passaram nove anos.
Então, de repente, no dia da folga do pai, começou a frequentar a casa um desconhecido para SÃO e, aparentemente, muito próximo para os seus pais: José Sol. Aos poucos a rapariga começou a sentir as investidas deste homem com largas primaveras a mais em relação à sua idade. Constava-se na aldeia que o “Sol” era de Vila Nova de Monsarros, herdeiro de famílias ricas e colega de trabalho de Manuel Bento, no grande hotel da Curia.
O tempo foi passando, e um dia, a caminho da zona agrícola do ribeiro, a mãe Florinda, de chofre, atira:
-Tens de começar a fazer o enxoval!
-Para quê?”, replica a cachopa.
-Para casares com o José Sol. Já está tudo marcado em Soure!
-Case você com ele!, respondeu SÃO, rispidamente.
Ali mesmo a mãe, Florinda, recorrendo mais uma vez a um “canoilho”, deu-lhe um enxerto tão grande de porrada que a catraia ficou toda pisada.
Nessa semana, quando de Coimbra veio Joaquim e se apercebeu do estado lastimoso da rapariga, esta contou-lhe tudo o que estava prestes a acontecer.
Com ar solene doutrinou o rapaz:
-Tu é que sabes o que deves fazer. Mas se gostas de mim, fugimos. Se não gostas, vai então com esse tal de José Sol, ou o raio que o parta!

                                               III

  Nessa noite de Março, mês em que se semeiam as abóboras, quando os grilos começaram a dar acordes de dó, com a mãe em casa, completamente embriagada e o pai a trabalhar na Curia, de uma altura de cerca de dois metros, SÃO ensaiava saltar pela janela da casa dos seus progenitores.
Em baixo, para assegurar o seu transbordo, estava o Manuel Pinhão, irmão de Joaquim, que, por entre caminhos de giesta, a conduziu ao Muro Troncho, junto à Estrada Nacional, onde o seu apaixonado a aguardava com um “carro de praça”.
Como o noivo, e agora Romeu, estava a trabalhar no Café Arcádia, foram então viver para uma pensão na cidade de Coimbra.
Tiveram o cuidado de telefonar no dia seguinte para Barrô, para casa da Arménia, que era a única pessoa tinha telefone, onde deixaram recado que estariam no Porto.
Estiveram na cidade cerca de três meses, até que “Quim” foi chamado para a tropa. Como ele andava a estudar de noite, a fazer o quinto ano, tinha pedido “espera” ao Ministério do Interior.
SÃO, com o seu amor em Angola e no ventre a sua filha Ângela em gestação, regressa a Barrô e vai para casa do agora sogro, Daniel “Carteiro”. Aqui, depressa enxergou que este não era melhor do que o seu pai. O “Carteiro”, que também tinha muito dinheiro, era muito egoísta e não deixava adquirir o necessário lá para casa. Passava-se muita fome. Com a Ângela já nascida, para lhe poupar sofrimento, vai para Soure para casa da sua tia Irene. Ali começa a trabalhar numa fábrica de descasque de arroz e a sua vida tomou novo rumo. Pelo menos fome não passava.
Joaquim regressa do Ultramar, do outro lado do mar, de Angola e vão todos viver, outra vez, para casa do pai dele, Daniel “Carteiro”. A mulher não teve coragem de dizer ao seu companheiro a fome que se passava ali.
Entretanto “Quim”, que ficara sem emprego por ter ido para o serviço militar, arranja agora trabalho no Hotel Astória, em Coimbra. Nestes entrementes, SÃO fica prenha de Pedro, o seu segundo filho. Este nasce e, para a mãe e os rebentos, a fome passa a ser a companheira diária de um tempo inflexível e sem contemplações.
Quer o sogro Daniel “Carteiro” quer o seu pai Daniel Bento não tinham dois olhares seguidos para os netos. Nenhum deles se preocupava em dar um qualquer alimento que servisse para minguar a sua fome. SÃO nunca se lembra de um gesto de carinho dos avós para os meninos.
Um dia, passados muitos meses, o “onzeiro” Manuel Bento, já de “grão-na-asa”, muito “pingado”, bateu à porta do compadre Daniel “Carteiro” e interrogou a filha se não precisaria de azeite. Naturalmente, perante um quadro de tanta carência, respondeu que sim. “Manda então, amanhã, o teu companheiro lá a casa buscar um garrafão de cinco litros. Este ano foi de boa safra. Tenho lá várias pias de pedra cheias!”.
No dia seguinte, quando Joaquim se apresenta com o recipiente de vidro na mão para apanhar o solicitado, foi corrido com impropérios: “Vai-te embora, bandido, que me roubaste a minha filha! Sacana! Vai buscar azeite ao raio que te parta, ladrão de uma figa!”.
Agora como empregado de mesa no hotel de Alexandre de Almeida, “Quim”, um bonito rapaz, mas demasiado doidivanas, envolve-se em amores com uma colega e tornam-se amantes. Sem querer saber mais dos seus dois filhos e sua mulher, homem e amante fogem para Angola.
Conceição, a nossa SÃO, com dois filhos de tenra idade, sem emprego, sem dinheiro, sem comer e com muita fome, fica abandonada nos braços de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Perante um desastre eminente, SÃO vai a Soure e pede à prima Bela que lhe crie a sua menina Ângela. De lágrimas a correr pelo rosto amargurado e cansado roga à sua familiar que não deixe morrer o seu tesouro.
Em Barrô, agora sozinha com o seu filho Pedro, dá voltas e mais voltas para conseguir solução para o choro do menino a pedir pão. Ainda hoje se lembra de tantas vezes ir trabalhar para o campo, atar “vides” e fazer outros labores, sem levar sequer uma única côdea de broa no estômago. Se por acaso encontrasse uma laranjeira no caminho seria esse fruto que iria enganar a sua lazeira.
Muitas vezes largou o seu menino em casa da “ti” Conceição “do Poço”, porque sabia que esta boa mulher não deixaria o seu filho passar necessidade.
A miséria era tanta que SÃO Lembra-se de um dia em casa do sogro Daniel fazerem uma “patoscada” com “cricos”, amêijoas, para uns amigos dele. Então, no fim, já todos bem comidos e bebidos, colocaram as conchas vazias na valeta. SÃO deixou-os afastar, foi por detrás deles apanhou os vazios moluscos, ferveu-os em água sobre o lume, e, nessa noite, o sabor do marisco, mesmo sem conteúdo, foi a sua ceia.
Tantas vezes, em desespero de causa, chegou junto de Natália Dias e, completamente prestes a desistir, lhe disse: “se não fossem os meus filhinhos tomava uma caneca de sulfato e partia deste sofrimento para sempre!”. A vizinha, que também tinha pouco, dividindo com ela o que havia, rematava: “não sejas tola, mulher! Vai mas é para casa, coloca a chaleira ao lume e toma…toma mas é um café!”.
O tempo foi correndo. Entretanto arranjou emprego no Luso, no Hotel Serra –hoje já desaparecido. Foi trabalhar para a rouparia, lavar roupa, por três meses, durante a época de verão. Os donos do empreendimento hoteleiro, pessoas de grande coração, vendo o estado de necessidade desta mulher, mesmo sem precisarem, deixavam-na lá trabalhar durante mais de seis meses num ano.
Do ex-marido Joaquim, exceptuando o dia da assinatura do divórcio no tribunal –em que ele ficou obrigado a comparticipar nos alimentos dos herdeiros, mas nunca cumpriu- e algumas vezes em que ele aparecia na aldeia com um grande “carrão” e bom fato de marca, nunca mais se viram. Nunca quis saber dos seus filhos. Estes, praticamente não o conheceram em vida…uma vez que já faleceu há muitos anos.
Quanto ao “onzeiro” Manuel Bento, homem “agarrado”, incapaz de dar uma esmola a um pobre, na fase terminal da sua vida, viria a estoirar completamente todo o seu imenso dinheiro com amantes. Durante onze anos, viria a acabar os seus dias em casa da sua filha Conceição completamente pobre e na miséria. Foi esta, sem lhe guardar rancor, que o amparou até fechar de vez os olhos.
Hoje, a viver na sua casa em Barrô, Conceição, a nossa SÃO, convive bem com as amargas memórias. O seu orgulho maior é os seus dois filhos: o Pedro e a Ângela. Ambos lutadores, a trabalhar durante o dia, chegaram à Universidade. Um exemplo para esta geração de hoje que tanto barafusta e se queixa.
O ódio por quem lhes fez menos bem também não mora dentro dos seus corações. Ainda há meses, no Dia de Finados, Ângela, acompanhada da mãe, visitou a campa rasa do pai Joaquim. Vendo que esta estava abandonada, disse: “o meu pai não vai ficar assim!”. Perante este gesto altruísta, a mãe Conceição profetizou: “obrigada, filha! Assim como fizeres aos teus pais, assim serás tratada pelos teus filhos!”.


(HISTÓRIA VERÍDICA E CONTADA PELA CONCEIÇÃO. TODOS OS NOMES MENCIONADOS SÃO VERDADEIROS)









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