sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O "OLHO DE LINCE" DÁ OS PARABÉNS AO LUÍS FERNANDES

(IMAGEM DA WEB)





 Confesso, ultimamente ando um bocado deprimido. Tenho andado a evitar ir ao médico para me receitar uns antidepressivos, mas por este andar não sei não! Também não é para menos, porra! Eu não sou um jornalista qualquer. Estive no Afeganistão, lavei as mãos em petróleo no Iraque, disparei na Tetechenia, chorei nos Balcãs. Já entrevistei desde o presidente Obama até ao Manel do pêndulo, relojoeiro no Beco da Parolândia. Bolas!, vocês não estão a ler um desses recém-licenciados de comunicação. À vossa frente, salvo seja, pelo menos através de sentimentos plasmados, está o maior, um dos melhores e mais conceituados “freelancer” do mundo… o “Olho de Lince”, como já deveriam ter adivinhado.
O que mais me amanda para as pedras da calçada é que precisava de estar a cobrir a Cândida Pinto, da SIC, na Líbia, e estou aqui na parvónia –só agora é que reparei na frase que escrevi. Este português é mesmo “fatela”. O que queria dizer é que deveria estar na Líbia a proteger a minha colega Cândida, ambos em trabalhos de reportagem em cenários de guerra e estou para aqui, sem dinheiro que mais pareço um cão esfaimado, e não posso estar lá ao lado dela. Então, continuando, escrevia eu que, em vez de estar a fotografar a fuga de Kadafi, estou para aqui nesta parvalheira, cá no cu de judas, terra do nada acontece, e onde, por falta de assunto, até se “esmifra” qualquer notícia sem interesse nenhum. Não sei se estão a ver, é como aquele despiste de avião no Pólo Norte, há uns anos, onde, para não morrerem à fome, os sobreviventes tiveram de comer os mortos. Aqui é a mesma coisa. O canibalismo é igual. Comem-se todos uns aos outros. São os filiados do mesmo partido a anavalharem-se; são os chefes sem subordinados a espetar a lança no superior; é o vizinho a comer a mulher do vizinho.
Isto é um problema. Não há assunto, e o pouco que acontece é tudo muito calculável. Uma pessoa já sabe que se hoje há um ferido grave amanhã morre. Não sei se estou a ser claro. Falta aqui uma necessária imprevisibilidade.
Já viram, portanto, várias razões para estar em “baixo”. Isto está de tal modo esgotado que, na falta de melhor, até vou ver se aproveito qualquer coisa do director do blogue, o Luís Fernandes, não sei se conhecem –em caso negativo é a vossa sorte, quem vos diz sou eu. O gajo não interessa ao menino Jesus. Como não tenho mais nada para escrever, como o camafeu faz hoje anos –que remédio!-,  vou dar os parabéns ao artolas. É uma tristeza, um periodista como eu, por falta de trabalho, ter de andar para aqui a aturar nódoas destas. Mas o que é posso fazer? Nada. Toquemos o burro –que é ele- para a frente.

-Boa tarde, chefe! Parabéns! Então faz anos hoje, não é verdade?
-É sim, “Olho de Lince”!... Mas… espere lá, porquê tanta amabilidade? Está para me lixar, não?
-Porra, chefe! Uma pessoa já não pode ser amável. Só estou a ser simpático… que diabo!
-Que diabo, não. Eu conheço bem a besta!
-Como? O Chefe está ver-se ao espelho… já estou a ver.
-Que conversa é essa, ó “Olho de Lince”? Você está a desconversar, não está?
-Eu?! Nem pensar! Você deve é estar com um peso na cabeça que não aguenta…
-Quê?! O que quer dizer com isso?! Está a chamar-me…?
-Eu?! Nada disso! Quero dizer é que você não paga o que me deve e anda para aí armado “ós tordos”. Às tantas hoje, porque faz anos, ainda vai jantar ao “Zé Manel dos Ossos”, não?! Não sei se sabe, mas todos os dias o meu almoço é uma sandocha…
-Isso não interessa nada para aqui, ó “Olho de Lince”. Deixe-se de merdas e desampare-me a loja. Olhe vá mas é chatear o Amorim, que é trabalhador…


3 comentários:

Anónimo disse...

Esse teu sentido de humor é de facto o que de melhor se pode ter! Não sendo moço de recados, fazes-me o favor de Trasnmitir os meus parabéns ao forreta do teu chefe?

Lisa

LUIS FERNANDES disse...

Assim farei, Lisa. Obrigada, amiga.

João Braga disse...

Passaste por mim e nada. Logo conversamos. Um abraço e que contes muitos aniversários pela frente