terça-feira, 15 de setembro de 2009

BAIXA: CLEMENTE, INCLEMENTE COM A FALTA DE PALAVRA


VEJA AQUI A NOTÍCIA NO DIÁRIO DE COIMBRA.

Carlos Clemente é o presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu. É um homem simples, de coração ao pé da boca, em quem se pode confiar. Não é doutor nem engenheiro, para o caso, pouco importa. Se refiro o seu não grau académico é simplesmente porque, nos tempos que correm, todos pensamos que para exercer um cargo político tem de se ter um canudo. Puro engano! E Carlos Clemente, aqui nesta pequena freguesia do centro histórico, pode ser o paradigma de um homem novo, um “homo politicus”, que todos ambicionamos. Um político sem carreira académica que vive, trabalha, e defende acerrimamente, com unhas e dentes, a sua freguesia, o bairro, a rua, o seu freguês individualmente. Não será, no fundo, o que todos procuramos? O que queremos, o que esperamos nos tempos futuros dentro da política que nos rege, é uma pessoa, a quem demos o voto, que, perante as adversidades conjunturais da vida, independentemente de sermos culpados ou não, que perante o sistema –seja uma questão de segurança, seja um conflito com a autarquia, seja uma demanda judicial, seja uma acção de despejo movida por um particular- este político, que nos representa, esteja ao nosso lado.
A política, a mais nobre causa, o húmus da sociabilidade, que, através da negociação séria, revitaliza e transforma a sociedade para melhor, precisa de homens, mulheres, pessoas em geral, que se interessem pelas pequenas coisas dos sítios onde vivemos. Que não tenha medo de afrontar o poder hierarquicamente superior. A história é feita de homens que curvaram a opressão da força, sempre constituída no poder, através da dialéctica. Umas vezes assertivamente, outras nem tanto. Basta lembrarmos o fim da Monarquia e princípio da República com os duelos para defender a honra ultrajada tantas vezes no calor de uma discussão parlamentar.
Precisamos de políticos que dispam a camisa da hipocrisia e mostrem um peito cabeludo igual aos demais. No que me toca, abomino esta classe de políticos formatados, feitos de algodão, que se dividem entre o talvez e o “nim”. Prefiro um Pinho a fazer “cornitos”, que me mostre que é humano e vive as emoções do momento, que um “político-estátua”, que nunca se enerva, nunca sabemos o que pensa e o que vai naquela cabeça cheia de brilhantina. Quero um homem do povo, que viva entre o povo (que somos todos), de barba rija, de barba ou bigodes “à transmontano”. Deixemos de pensar, erradamente, que sem o “DR” não é possível movimentar-se nos corredores do poder. Precisamos de homens simples como nós, que falem connosco o “tu lá”, “tu cá”, que não nos olhem lá do alto trono majestático. Precisamos de homens em quem possamos confiar, que nos abram os gabinetes. Que nos venham visitar, que passem nas nossas ruas. Que entrem dentro de uma loja e, sem quererem comprar nada, apertando a nossa mão, digam apenas isto: “bom dia, eu sou o presidente da câmara. Como é que estão?”. Que não façam isto apenas nesta altura de campanha eleitoral.
Como já viram, conheço muito bem –e quase me atreveria a dizer que sou seu amigo- Carlos Clemente. Este homem simples é um pouco de tudo o que eu escrevi em cima. É uma pessoa afável e confiável. Várias vezes, em defesa da Baixa, em defesa do comércio, mesmo havendo instituições a quem lhes cabe esse papel, assumiu sozinho a protecção desta zona histórica na Assembleia Municipal. É um político no sentido lato do termo? É sim senhor. Sabe muito bem com quantos passeios de velhinhos se ganha uma freguesia. E depois? Não está no seu direito? Por que é que quem o critica não faz igual?
Se neste caso, com a discussão com o director do Centro histórico, se “passou-se dos carretos”, para além de entre os dois tentarem dirimir o conflito, nem será nada de mais, coisa que uma conversa franca não resolva. Não é preciso recorrer nem à pistola nem ao tribunal. São coisas banais entre um funcionário público camarário, director de departamento, e um presidente de junta que, legitimamente, defende o direito ao cumprimento da palavra dada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sr. Luis Fernandes grande artigo de opinião. Estou plenamente de acordo em tudo o que escreveu.
Quanto ao procedimento do Presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu, chegou finalmente a esta cidade, um Presidente de Junta que defendeu a sua Freguesia, não se intimidando pelo facto de se encontrar na presença de um Director do Centro Histórico a discutir um assunto da sua Freguesia.
Verdade seja dita. Pelo que li no Diário de Coimbra, este Presidente teve coragem para dizer o que lhe ía na alma, porque esse director pelo que percebi, andou a brincar com a sua pessoa e Junta de Freguesia.
É de facto um homem puro, bom, solidário, independentemente da sua cõr politica, penso tratar-se de um Presidente de Junta "Independente", eleito nas listas do PS.
Sinceramente, não tem mal nenhum. O que conta são as pessoas e não as camisolas do partido A ou B.
Este autarca, defende e bem as pessoas que habitam na sua Freguesia e por não dizê-lo também que defende os comerciantes.
Não tem papas na língua, quando alguém da sua Freguesia é amolestado. Veja-se que já teve a coragem de afirmar publicamente que o Presidente da Câmara estava a mentir, numa Assembleia Municipal. Aliás vinha publicado nos orgãos de comunicação social, a sua intervenção.Por isso, aproveito para reforçar a sua opinião."Grande Clemente, pessoas como este autarca, Coimbra precisa e agradece".
Quanto ao que disse o Director Engº Sidónio Simões, mais valia estar calado, porque andou de facto a mentir ao Presidente da Junta, como o mesmo afirmou ao DC.
Acredito no Carlos Clemente, e já lhe telefonei a felicitá-lo pela coragem.
Para si, continue a lutar pela nossa Baixa, que tanto precisa de si e de todos que vos queiram acompanhar. Criticar Carlos Clemente é das maiores injustiças que se poderá fazer a um verdadeiro autarca.
Fiquei satisfeito ao saber da sua recandidatura, a Baixa irá ter mais quatro anos quem nos defenda e ajude os mais desfavorecidos.
Por tudo isto, desejo ao Sr. Carlos Clemente força para continuar.