sexta-feira, 14 de novembro de 2008

PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER



“A BAIXA É MESMO SEGURA”
“A ACIC CONTRARIA AS NOTÍCIAS VINDAS A PÚBLICO E SAI EM DEFESA DA SEGURANÇA NA BAIXA DA CIDADE. ARMÉNIO HENRIQUES, VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE COIMBRA, NÃO TEM DÚVIDAS SOBRE A SEGURANÇA NA BAIXA”, in Diário As Beiras de hoje.

“Não sei onde foram buscar os 330 assaltos, mas a Baixa não é excepção em Coimbra, ou seja, tem os mesmos problemas de outros pontos da cidade”, afirma.

“Arménio Henriques recomenda aos comerciantes a comunicação à PSP “de todas as ocorrências”, já que só deste modo é possível identificar e punir os culpados. “Mesmo assim, a situação na Baixa não é tão má como se diz. A Baixa é segura, tendo problemas que Celas ou a Solum também têm”, acrescenta.

“Por seu turno, António Cruz, que trabalha na Baixa vai para 48 anos, considera que “é possível contar pelos dedos de uma só mão os incidentes graves nesta zona, pois a maior parte das montras fica sem protecção durante o dia e a noite, e só muito raramente aparece uma montra partida”. No eixo Portagem/Palácio da Justiça “praticamente não existem” situações graves, salientando António Cruz o facto de circular por vezes, “entre uma loja com pastas com ouro”, sentindo-se “perfeitamente seguro” (…)

RECOMENDAÇÃO DO ADMINISTRADOR DESTE BLOGUE:

A Direcção da ACIC deveria, com urgência, formular uma participação ao Ministério Público contra os perigosos agitadores que grassam pela baixa. Só na última reunião do executivo estiveram presentes quatro dezenas.
Segundo se depreende das suas palavras, uma vez que está tudo bem na Baixa, é preciso levar a juízo e investigar as falsidades, e o que está por detrás dos interesses que movem estas pessoas que passo a enumerar, o que os leva a inventar danos contra a propriedade e a mentir:
- O Victor Ramos, no Largo das Olarias, que afirma ter sido assaltado, durante a noite, 16 vezes durante os últimos anos, e que, presentemente, coloca na montra a caixa-registadora aberta, para indicar que não há dinheiro;
-A “Tasca da Graça”, na Rua Velha, que, desde Setembro do ano passado até Agosto deste ano, diz ter sido assaltada 15 vezes;
-A Firma José Geraldes de Almeida, Lª, no Largo da Sota, que desde Janeiro, deste ano, (diz que) já foi assaltado 6 vezes. A última vez, cortaram um cofre de ferro monobloco com uma rebarbadora;
-O Encanto da Freiria, uma loja de Velharias, no Largo da Freiria, que afirma ter sido assaltado três vezes, há cerca de uma ano para cá;
-Há cerca de duas semanas o “Porta-Moedas”, na Rua das padeiras, teve tentativa de assalto, às 22,30, com a montra estilhaçada;
-As imensas lojas comerciais que nos últimos anos foram assaltadas durante a noite. São poucas as virgens.

Em jeito de lamento, e desabafo, não tenho pachorra, nem palavras para estas pessoas que dizem ser representantes de uma associação de classe.
Representam o quê? Quem? Defendem alguma coisa? Que responda quem souber.
Continuo, com imensa tristeza, a afirmar que a degradação comercial, habitacional, turística ou lúdica desta zona histórica é também da sua responsabilidade, ou melhor, da sua irresponsabilidade, porque em vez de reivindicarem melhores condições para a zona e para os seus associados, defendendo a Baixa como uma “terra” sua, como se fosse a sua própria Pátria, desmentem quem o faz. Duma forma vergonhosa tentam branquear quem tenta, legitimamente, por direito, pugnar pela defesa institucional daquilo que é seu. Sabem muito bem que a segurança é o pilar fundamental para que se possa livremente exercer uma actividade, para os seus associados e outros que o não são. Porque para o caso pouco importa, institucionalmente a ACIC, a nível local e distrital, é (deveria ser), efectivamente, representante de todos os comerciantes, sejam ou não associados.
Este artigo do Jornal as Beiras, não passa de um tiro no próprio pé destas pessoas que enunciei. Mesmo o próprio comerciante que citei, ao falar assim, porque será que tem grades de ferro nos seus dois estabelecimentos de ourivesaria? A ser coerente com o que diz, deveria mandar retirar as suas grades de protecção. Mas eles, o comerciante em causa e o dirigente da ACIC, no frenesim de não desagradar, seguindo a linha do "politicamente correcto", no seu autismo, na sua cegueira, não vêem nada. Ou verão? Essa é a questão. Se calhar vêem apenas e só o seu próprio interesse futuro.
São tão ridículos que me deixam sem palavras.
Assim, não tenham dúvidas, será muito difícil recuperar a zona histórica, tanto fisicamente como animicamente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez a intenção seja passar ao público uma imagem de segurança de modo a não afastar clientes, tentando depois resolver com as autoridades o problema.. Ou então sou eu que sou optimista..